A partir desta quarta-feira (24) a Casa do Baile, na Pampulha, hospeda “Atenas e sua Acrópole”, exposição que aproxima o belo-horizontino das origens da humanidade. Entre esculturas monumentais, pequenos objetos e fotografias de grandes nomes da Grécia, a mostra apresenta ao público o passar dos séculos nessa região, que foi o berço da civilização.

Ao todo, estarão expostas 13 cópias de esculturas produzidas pela Caixa de Recursos Arqueológicos da Grécia e que transitam pelo período arcaico e a era clássica. São trabalhos que refletem a (r)evolução de Atenas em peças como o “Peplos Kore” e “Ephebe Loira” e que têm seus originais guardados no Museu Acrópolis, em Atenas, na Grécia.

Gestor há um ano e meio da Casa do Baile, Guilherme Maciel destaca que a mostra é o primeiro de muitos passos para colocar, efetivamente, Belo Horizonte no circuito internacional de cultura.

Troca

“O projeto da Fundação Municipal de Cultura é exatamente internacionalizar a cidade e suas criações. Dialogar com outros lugares, debater a contemporaneidade e assim, permitir a troca com vários países, universidades e estudiosos. A Grécia dá início a esse projeto de conexão. Para o ano que vem já estudamos um intercâmbio com a Espanha. A expectativa é trazer para a cidade trabalhos teóricos na área de arquitetura”, revela.

Para além das esculturas, “Atenas e sua Acrópole” conta ainda com cerca de 40 fotografias de nomes como Alexandros Kolokythas, Alexandros Vogiatzakis, Giorgios Korakianitis e Pier Giorgio Carloni. Todos eles convidados especialmente a capturar a relação entre a Acrópole e a cidade sob sua própria interpretação.

“Cada um deles produziu imagens que mostram o diálogo entre o clássico e o contemporâneo, fases que, de alguma maneira, sempre se encontram”, comenta. O resultado que o público poderá ver é, portanto, uma variedade de olhares, enquadramentos, luzes, cores e condições climáticas.

Vale destacar que a mostra fora criada especialmente para Belo Horizonte – não há, por enquanto, a intenção de transformá-la em itinerante. “O que não impede que no futuro outras cidades a recebam”, destaca Maciel.

Intercâmbio com culturas distantes é o objetivo

Os dois arquitetos responsáveis pela curadoria da mostra, que fica em cartaz até 30/11, farão parte do seminário que discutirá a importância e o convívio entre as figuras do passado e do presente. Além de Akis Telemachou e Antonis Moutsopoulos, o evento, que acontece nesta quinta-feira (25) à tarde na Casa do Baile, traz para a mesa de discussão o professor titular de Língua e Literatura Grega da UFMG, Jacyntho Lins Brandão, e a professora da Escola Guignard Celina Figueiredo Lage, também autora do Museu Virtual de Brasileiros na Grécia.

Segundo Maciel, assim como a exposição, a proposta do seminário é ampliar o intercâmbio com culturas distantes. “Com a pretensão de trazer à tona a reflexão sobre o convívio entre o presente e o passado nas cidades – uma relação permeada pela dicotomia entre as permanências e destruições, entre os espaços simbólicos e sua apropriação pela sociedade”.

Nas mesas de debate estarão os temas “Atenas e sua Acrópole: Narrativas Recíprocas” e “A Poética da Acrópole”. Uma discussão que, segundo Maciel, busca elucidar a trajetória, a apropriação e as relações entre a cidade de Atenas e sua Acrópole, uma temática de extremo interesse para as metrópoles contemporâneas.

Lançamentos de catálogos no MAP

Outra atração que acontece bem perto da Casa do Baile, mas somente neste sábado, dia 27, é o lançamento de catálogos de duas exposições que no ano passado ocuparam o Museu de Arte da Pampulha (av. Otacílio Negrão de Lima, 16.585).

Exatamente no mesmo lugar que os livros “Ainda: o Livro como Performance” e “Outra Presença” serão lançados – a partir das 16h30. O evento tem entrada gratuita. As obras são um compilado das duas mostras e entregam ao leitor minúcias dos trabalhos – ambos que tiveram a performance como essência.








 

Compartilhar