Cia A Roda apresenta "O Pássaro do Sol" no Galpão 3 da Funarte

Miguel Anunciação - Hoje em Dia
29/05/2013 às 08:20.
Atualizado em 20/11/2021 às 18:39

Após 15 anos "querendo muito" vir a Belo Horizonte, a Cia A Roda embarca em Salvador para exibir "O Pássaro do Sol", seu mais recente trabalho. É a atração do Galpão 3 da Funarte MG, sábado (1°) e domingo (2), às 16 horas – o feriadão cancelou a sessão prevista para sexta. Os ingressos custam R$ 5 e R$ 2,50, embora o Prêmio Myriam Muniz, que permite à Roda circular, determine entrada franca.

Voltado à toda família, inclusive ao público infanto-juvenil, o espetáculo se utiliza basicamente de sombras (afora as cenas de abertura e encerramento, com bonecos), técnica surgida na Ásia, há milênios, e obtida por recortes no couro.

"A sombra é uma entidade incompleta, mecanicamente é meio medieval, mas oferece estímulos muito elaborados à imaginação do espectador, que necessita completá-la", diz Olga Gómez, diretora da peça e da cia.

"Válida e interessante"

No enredo, um jovem indígena, um herói anterior à conquista das Américas pelo explorador europeu, assume os riscos de subir aos céus para buscar o fogo sonhado por sua tribo. Uma história muito "válida e interessante aos tempos de hoje", quando a glória é buscada para servir ao ego de alguém.

Baseada em autêntica lenda indígena, a trama foi articulada pela escritora baiana Myriam Fraga e estava inédita tanto na literatura quanto no teatro de animação. Não está mais: além da peça, que dura 50 minutos e ocupa quatro manipuladores, o livro já foi publicado com imagens do espetáculo.

Desejo e amor cego

Myriam também esteve envolvida na montagem anterior de A Roda: "Amor & Loucura" se baseia nos poemas que ela lê em off, depois gravados. Eles frisam como o desejo conduz à loucura e é capaz de cegar o amor. Argentina diplomada em Belas Artes, radicada em Salvador há 27 anos, Olga passou a experimentar bonecos articulados, a explorar "a rica variedade de materiais do Brasil" e juntar amigos em torno da ideia. Parceiros com a perspicácia e a dedicação que a animação requisita.

Depois de 15 anos e cinco montagens, consegue manter o núcleo mais sólido no gênero na Bahia. Mesmo que seja uma incógnita o que e como fazer após cada trabalho. Daí, a alegria de visitar o Giramundo em 2012 e encontrar "o mesmo amor ao boneco bonito", o mesmo interesse pelo stop motion e pelas sombras, as mesmas dificuldades em produzir e circular. O mesmo entusiasmo pela obra de Álvaro Apocalypse: "É extraordinária, não se pode deixar que se perca", diz Olga.


Serviço

"O Pássaro do Sol" rola na Funarte (rua Januária, 66, Floresta, BH), sábado (1°) e domingo (2), às 16 horas. Entradas a R$ 5 e R$ 2,50.

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