Clarissa Carvalhaes - Hoje em Dia*

Manuel Andrade Peixoto é um menino de 9 anos que desde a última quarta-feira tomou como decisão ser fotógrafo quando crescer. O estímulo nasceu do olhar do garoto sobre as centenas de fotos que ocuparam até o último domingo (30) a cidade de Tiradentes, durante mais uma edição do “Festival de Fotografia”.

“Eles têm um olhar mais legal para as coisas”, justifica o menino enquanto aguarda ansioso o algodão doce vendido pelo comerciante José Fernando. “O festival trouxe uma movimentação boa pra cidade. Não é uma agitação desenfreada. É um festival que reúne muito as famílias. Isso é o mais legal”, diz ele.

Curioso é que a constatação de Manuel e José Fernando parece comungar com a de todos os demais que compareceram ao evento. E para fazer parte dele, nem foi preciso entender muito sobre o assunto. A dona de casa Maria do Socorro de Castro, 62 anos, ficou atenta ao leilão improvisado na praça do Centro que varou madrugada adentro de domingo.

“Entender eu não entendo, mas gosto deste movimento da cidade pela cultura e, especialmente, dessa disposição das pessoas em registrar o mundo. Acho que é um trabalho bonito”.

Histórias que mais uma vez atravessaram a cidade nas suas tradicionais charretes. No entanto, dessa vez, ao encerrar o evento, muitos charreteiros pediram para ficar com as imagens e levá-las para casa. Sem ouvir uma recusa, muitas das imagem vão ter, a partir de hoje, exposição própria na sala de estar de seus charreteiros.

Aberto ao público, o evento divulga a produção fotográfica de profissionais e amadores. Sua realização ganhou força graças a parcerias e à colaboração dos fotógrafos envolvidos, que participaram de exposições e ministraram palestras e workshops.

* Viajou a convite da produção do evento