Cine Humberto Mauro exibe 38 filmes que não ganharam vez no circuito comercial

Paulo Henrique Silva
phenerique@hojeemdia.com.br
11/05/2016 às 17:39.
Atualizado em 16/11/2021 às 03:23
 (Movision / Divulgação)

(Movision / Divulgação)

Ainda não aconteceu, mas um dos grandes desejos de Bruno Hilário, coordenador do Cine Humberto Mauro, é que a exibição da tradicional mostra “Inéditos/Passou Batido” – com início amanhã, na sala do Palácio das Artes – faça justiça a filmes de boa qualidade, “cavando espaço” num mercado hoje cada vez mais dominado por franquias de super-heróis.

Em outros tempos, obter a cópia de um filme recente de Roman Polanski ou Paul Thomas Anderson poderia envolver cifras altíssimas. Agora até esses nomes badalados sofrem com a falta de tela. “As distribuidoras se tornam nossas parceiras nesse projeto, porque sabem que a exibição na mostra pode dar visibilidade aos filmes”, destaca Bruno.

Na lista de 38 filmes selecionados, há desde produções ganhadoras de prêmios em festivais internacionais, como “Deephan”, vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes do ano passado, até obras que trazem novidades narrativas e estéticas. “São filmes que, pelo interesse que despertam, têm sim um potencial comercial. É isso que precisa ser rediscutido”.

Com início amanhã, a mostra prossegue até 15 de junho, com entrada franca – o que não ocorreu nas edições anteriores

Gênero
Alguns trabalhos são inéditos no circuito comercial de Belo Horizonte, como “Cavalo de Turim”, do realizador húngaro Béla Tarr, considerado um dos maiores cineastas da atualidade. “Love”, polêmica produção com cenas de sexo explícito em 3D, foi apresentado em pouquíssimas sessões no seu formato ideal. Feito totalmente num iPhone 5S, “Tangerine” é outro exemplo. 

O mesmo acontece com os filmes brasileiros, que só ganham espaço nas salas na forma de comédia. Entre os destaques estão “O Garoto”, de Julio Bressane, e “Batguano”, de Tavinho Teixeira. Esse traz um tema que é tratado com muito carinho dentro da Mostra: a questão dos gêneros, abordada também em “A Seita”, “De Gravata e Unha Vermelha”. 

Para os mineiros, um dos destaques é “Outro Serão”, de Adriana Jacobsen e Soraia Vilela, que registra a passagem pouco conhecida do escritor Guimarães Rosa na Alemanha nazista, quando era cônsul brasileiro em Hamburgo. Quando exibido no projeto “Verão Arte Contemporânea”, o documentário foi ovacionado pelo público, lembra Bruno.

SEXTA
17h Eu sou Ingrid Bergman
19h A Vizinhança do Tigre
21h30 Love 3D

SÁBADO
16h A pele de Vênus
18h O olmo e a gaivota
20h Orestes

DOMINGO
16h O clube
18h Samba

20h A Seita

SEGUNDA
16h O segredo das águas
18h15 Garoto

TERÇA
17h O último cine drive-in
19h Jauja
21h Batguano

QUARTA
17h O Touro
19h Ela volta na quinta
21h O Cavalo de Turim

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