Cinema: “Ruby Sparks – A Namorada Perfeita” reflete o desejo machista

Paulo Henrique Silva - Do Hoje em Dia
11/10/2012 às 09:48.
Atualizado em 22/11/2021 às 02:00
 (Fox/Divulgação)

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Embora já tenha se passado quase meio século desde que as mulheres “queimaram” o sutiã na afirmação de sua independência, os homens continuam sem entender o papel delas (e deles) na relação, ainda aguardando pela companheira perfeita – leia-se submissa –, capaz de dizer sim a qualquer desejo, por mais machista que seja.

O cinema, como reflexo do comportamento da sociedade, vem abordando, especialmente na forma de comédia, a tentativa fracassada do sexo masculino em encontrar uma mulher dos tempos pré-revolução feminista.

Perfeição

O melhor caminho passa pela criação da mulher “ideal”. Uma das principais estreias de amanhã, “Ruby Sparks – A Namorada Perfeita” acompanha o escritor Calvin (Paul Dano) que não consegue se relacionar com ninguém até encontrar a garota de seus sonhos, vivida por Zoe Kazan.

A palavra sonho ganha sentido literal, pois Calvin transforma seu delírio em realidade. A pedido de seu psiquiatra, ele burila tanto em sua imaginação o que seria um bem-sucedido diálogo amoroso que, após colocar tudo no papel, repentinamente ela surge em sua casa, linda, doce e... pronta para atender seus caprichos.

Dirigida pelo casal Jonathan Dayton e Valerie Faris, o mesmo de “A Pequena Miss Sunshine”, a produção é uma versão 2.0 de vários filmes que retrataram a busca da “mulher perfeita” na visão dos homens.

Jugo Masculino

Desde que 400 ativistas protestaram contra a realização do concurso de Miss America, em setembro de 1968, em Atlantic City (EUA), pelo menos um filme a cada década tem sintetizado o pensamento machista de ter, novamente, uma mulher sob seus domínios.

Não passou muito tempo até Ira Levin (de “O Bebê de Rosemary”) lançar, em meados de 1970, o romance The Stepford Wives, rapidamente transportado para a tela grande em 1975, pelas mãos do diretor Bryan Forbes. Na trama, uma cidade do interior em que as mulheres carregam atitudes que lembram a de suas mães, como se tivessem vivendo no passado.

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