(Naty Torres / Divulgação)
Primeira cidade de Minas Gerais e pólo importantíssimo para o turismo do Estado, Mariana tem sido lembrada há quase 11 meses por ter sido o local da maior tragédia ambiental da história do país, por conta do rompimento de uma barragem da mineradora Samarco. Isso faz com que a oitava edição do “Circovolante – Encontro Internacional de Palhaços” se torne ainda mais especial: é hora de mostrar que a cidade pode também abrigar a alegria.
“A tragédia jamais deverá ser esquecida, para ser um exemplo para todos os outros lugares onde há barragens. Mas precisamos retrabalhar positivamente a energia dessa cidade que é maravilhosa e faz parte do imaginário de todos os mineiros”, afirma Xisto Siman, organizador do “Circovolante” ao lado de João Pinheiro.
Realizado de sexta a domingo, o evento vai reunir mais de cem artistas de diferentes nacionalidades. As apresentações se concentram em duas praças (Gomes Freire e da Sé), mas também seguem para escolas, hospitais e asilos de Mariana, Ouro Preto e seus distritos.
Descentralização
Esse trabalho de descentralização é um dos pilares do projeto, segundo Xisto. “Dificilmente essas comunidades teriam esse acesso à cultura. Vamos a bairros mais distantes do centro e isso é um grande sucesso”.
Para ele, a democratização do evento é a sua principal característica. “O evento se torna o ponto de encontro para toda a cidade. É a hora em que o estudante senta ao lado do professor, do empresário, da faxineira, do operário. É um evento que agrada a todos os públicos e é muito lindo ver todo mundo saindo de suas casas para assistir às apresentações”.
Circo Irmãos Simões, Tato Villanova, Palhaço Mixuruca, Furreca e Lambreta, Palhaço Ritalino, Uniclown, Cia Sapato Velho, Cia da Sorte, Cia Circunstância, Mustacho e Charanga Mutante são alguns nomes garantidos na programação. Biribinha será o homenageado dessa edição.
Perda
Essa edição do “Circovolante” poderá ter um tom de homenagem. Afinal, Domingos Montagner – que morreu na quinta-feira passada no Rio São Francisco – participou do “Circovolante” há três anos com o seu grupo, La Mínima.
Xisto era amigo de Domingos e ficou muito emocionado com a perda. “Ele veio ao festival algumas vezes, nós nos conhecíamos desde 1998. Lembro da última vez em que fui vê-lo se apresentar em Belo Horizonte e ele, mesmo já galã da Globo, depois do espetáculo, foi dobrar os figurinos, guardar os adereços, desmontar o palco. Era um galã, mas não perdeu a essência de mambembe”.
Serviço: “Circovolante – 8° Encontro Internacional de Palhaços”, nas praças Gomes Freire e da Sé, em Mariana, de sexta a domingo. Toda a programação é gratuita. Confira em circovolante.com.br