Sim, o violão combina muito bem com o clarinete. Isso vai ficar muito claro para quem for conferir o projeto “Domingo no Museu” com a apresentação da clarinetista israelense Anat Cohen e do violonista Marcello Gonçalves (Trio Madeira Brasil).
Neste domingo, a dupla leva ao Museu da Pampulha o show baseado no disco “Outra Coisa, a música de Moacir Santos”, que apresenta versões para 12 composições do grande maestro, morto em 2006.
“Não são todos os instrumentos que combinam com o violão. E o clarinete, na minha opinião, é dos que combinam melhor, são timbres que se somam muito bem, mesmo dobrando, fazendo a mesma melodia, já soam muito bem. E eles têm uma possibilidade de dinâmica muito grande”, explica Marcello, considerado um dos principais instrumentistas de violão 7 cordas no país.
Frescor
Segundo o músico, a intenção inicial era fazer um trabalho com versões para o violão de composições que Moacir havia feito para a orquestra. Quando Anat esteve no Brasil, em 2015, ele a convidou para tocar a partir dos arranjos que Marcello já vinha desenvolvendo.
“Acho que o trabalho tem tanto a precisão da escrita de Moacir, como este frescor de um duo interpretando o que originalmente foi escrito para orquestra. Some-se a isso a liberdade da interpretação jazzística da Anat”, afirma.
E o que há de tão especial em Moacir Santos? “Ele é um músico popular que estudou todos os procedimentos de composição da música clássica, como o contraponto e o serialismo. Ele consegue um equilíbrio muito raro de se encontrar, da precisão de escrita com suingue. São poucos os compositores que conseguem isso, como por exemplo o Tom Jobim”, explica Marcello.
Serviço:
Anat Cohen e Marcello Gonçalves no Museu de Arte da Pampulha (Av. Otacílo Negrão de Lima, 16585), domingo (27), às 11h. R$ 20 e R$ 10 (meia)