(Divulgação)
Comédia romântica discute as relações homem-mulher a partir da ótica ácida de um neurótico carente e impulsivo, um dos muitos tipos divertidamente estranhos de uma grande cidade. Parece a sinopse de um dos vários filmes do diretor Woody Allen.
No caso de “Paris-Manhattan”, que estreia nesta sexta-feira (11) no Belas Artes, não se trata de simples coincidência. O próprio Allen surge como um dos personagens desta produção francesa que reverencia o estilo “humor, amor e divã” do realizador americano.
Não é a primeira vez que Allen recebe esse tipo de homenagem fílmica – as melhores são justamente aquelas em que ele participa da produção, como a animação “Formiguinhaz” (1998) e a comédia “Cenas de um Shopping” (1991), de Paul Mazursky.
Inspiração
O atrativo de “Paris-Manhattan” está em seu ponto de partida, repetindo a ideia de “Sonhos de um Sedutor” (1972), peça escrita por Allen e transposta para a tela por Herbert Ross. O protagonista desse filme é um homem retraído que recebe conselhos amorosos do ator Humphrey Bogart.
Assinado por Sophie Lellouche (que não tem nenhum parentesco com o diretor Claude Lelouche), o filme francês põe Allen no lugar de Bogart. A farmacêutica Alice (Alice Taglioni) é uma solteirona que conversa “diariamente” com a foto do cineasta, ouvindo as malucas teorias dele sobre a vida e o amor.
As saborosas brincadeiras de Allen com o imaginário (fonte também para “A Rosa Púrpura do Cairo” e “Meia-Noite em Paris”), de cunho explicitamente autobiográfico, além dos diálogos afiados, foram enterrados numa trama insossa e que se arrasta na meia hora final.
A aparição de Allen, em poucos minutos, dá um alento, mas até ele parece uma pálida lembrança de seu humor. Com essa abertura do sempre reservado diretor, Sophie perdeu a oportunidade de aprofundar mais nas relações com a obra e os personagens do homenageado, preferindo enveredar pelos clichês do gênero romântico.
Outras estreias
"O Som ao Redor"
O filme de Kleber Mendonça Filho estreia badalado pela recepção extremamente positiva da imprensa brasileira e internacional.
"Jack Reacher – O Último Tiro"
Tom Cruise vive um ex-militar que encabeça a investigação de um assassino em série em que nada é realmente o que parece ser.
"Uma Família em Apuros"
Sozinhos para cuidar de seus netos, casal chega à constatação de que seus métodos antigos colidem com as técnicas modernas.
"Amour"
Dirigido por Michael Haneke, o filme entra em pré-estreia um dia depois de ser indicado na principal categoria do Oscar.
"A Viagem"
Tom Hanks vive seis personagens neste filme que reúne seis histórias em diferentes lugares e tempos, de 1800 até um futuro distante.