Não se passaram muitos minutos até começarem os pedidos de selfies e surgirem rostos incrédulos com a presença de seres tão estranhos ao ambiente da Praça da Liberdade. Próximo ao coreto, Darth Maul ainda tinha seu rosto cuidadosamente pintado de vermelho e preto e um clone de soldado imperial vestia peça por peça de sua armadura.
Agentes da Guarda Municipal avisavam por rádio sobre a chegada, na tarde de segunda-feira, daqueles personagens da franquia “Star Wars”, identificados não apenas por fãs de filmes de ficção científica, mas também por alunos de uma escola infantil que passavam naquele momento. “Star Wars! Star Wars!”, gritavam, alguns meio assustados.
Daniel Luiz (Darth Maul) e os irmãos Tayenne (mestre jedi) e Hugo Alves (clone) não queriam botar medo em ninguém. São fãs da série que ganhará mais um capítulo a partir desta noite, com a estreia de “Rogue One”. Para esses integrantes do fã-clube oficial Conselho Jedi Minas, um novo filme é o melhor momento para tirar as fantasias e armaduras do armário.
“Estou muito ansiosa”, confirma Tayenne, estudante de Direito que herdou da mãe Joana a paixão pelo universo de “Star Wars”, cujo primeiro filme foi lançado em 1977. É dessa época que surge o seu personagem preferido, a Princesa Leia. “Ela não é apenas uma princesinha. É corajosa e participa das ações dos rebeldes contra o Império”, explica.
Na Praça da Liberdade, vestida de jedi, Tayenne era a única representante do bem. Darth Maul e o clone estão no time dos vilões. Mas na hora de tirar fotos com os transeuntes, não havia rivalidade. A convite do Hoje em Dia, eles abandonaram os sabres de luz e os blasters para fazerem coisas normais, como esperar o sinal abrir ou aguardar o ônibus no ponto.
A reação dos passantes era, geralmente, de espanto ou de reconhecimento, logo sacando um celular do bolso para fazer fotos ao lado do trio. Outros ainda arriscavam a perguntar: “É o transformer?”. Na Praça da Estação, ponto final da jornada deles, um morador de rua ficou cara a cara com Darth Maul e saiu correndo, afirmando que ele tinha saído do inferno.
O sith (guerreiro seguidor do lado sombrio), por sinal, é um soldado bombeiro e hoje o único de BH a ter paciência suficiente para encarar o tempo gasto com maquiagem para “incorporar” o personagem. “São uns três dias para (a tinta) sair da orelha. Dá trabalho, mas ver as pessoas reconhecendo o Darth Maul compensa tudo”, registra Daniel.
A razão de não escolher outro Darth, o Vader, um dos maiores vilões do cinema, tem motivações pessoais. “O Maul foi o primeiro vilão de 'Star Wars' que eu vi no cinema, em 1999. Fui fisgado pelo personagem, que mostrou pela primeira vez o sabre duplo. Pus na cabeça que só ficaria realizado quando vestisse uma fantasia dele”, destaca.
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