Erasmo Carlos

De amigo de infância de Tim Maia a ganhador do Grammy; conheça a trajetória do 'Tremendão'

Raquel Gontijo
raquel.maria@hojeemdia.com.br
22/11/2022 às 17:02.
Atualizado em 22/11/2022 às 17:09

(Reprodução / Redes Sociais)

O cantor e compositor Erasmo Carlos nasceu em 5 de junho de 1941 na Tijuca, Zona Norte do Rio de Janeiro (RJ). Na infância cresceu cercado por referências culturais que tornariam sua identidade musical singular.

O artista morreu nesta terça-feira (22), aos 81 anos, no Rio de Janeiro. Ele deixou uma sólida carreira de 60 anos com 29 álbuns de estúdio, cinco CD's ao vivo e participação em seis filmes.

Na década de 1950, quando era adolescente, o gosto pela música aproximou Erasmo dos também cantores Tim Maia e Jorge Ben Jor. Em seguida, conheceu o então aspirante a cantor, Roberto Carlos, que viria a ser seu principal parceiro musical.

"A Pescaria" é o álbum de estreia de Erasmo Carlos, lançado em 1965. Produzido pelo próprio cantor, uma das faixas mais conhecidas é a "Minha Fama de Mau".

No mesmo ano, o movimento Jovem Guarda uniu influências do pop britânico e ganhou popularidade a partir de setembro, quando se transformou em programa exibido pela TV Record.

Apresentado por três anos seguidos, em São Paulo, por Roberto Carlos, Erasmo e Wanderléa, o programa deu visibilidade para que os cantores se tornassem os principais nomes da Jovem Guarda. Foi nessa época que Erasmo ganhou o apelido de "Tremendão".

Com o fim da atração da Record, o cantor mergulhou na bossa nova e na MPB. Erasmo, que havia composto para festivais e até gravado "Aquarela do Brasil", em 1969, voltou a morar no Rio de Janeiro e foi contratado pela PolyGram.

No início dos anos 1970, a gravadora formou um elenco invejável de cantores de MPB. Nela, Erasmo gravou discos que mesclaram as raízes roqueiras com tendências nacionais. Ele foi influenciado também pelo movimento tropicalista e pela música negra americana.

No começo dos anos 1980, o artista lançou um projeto ambicioso. No álbum "Erasmo Convida", 12 canções foram interpretadas em duetos com artistas como Nara Leão, Maria Bethânia, Gal Costa, Wanderléa, A Cor do Som, As Frenéticas, Gilberto Gil, Rita Lee, Tim Maia, Jorge Ben e Caetano Veloso. A faixa de abertura do álbum foi a que teve maior destaque nas rádios: regravação de "Sentado à Beira do Caminho", com participação do parceiro Roberto Carlos nos vocais.

Na década de 1990, Erasmo Carlos passou a trabalhar esporadicamente, regravando antigos sucessos, participando de homenagens à Jovem Guarda e de discos-tributos.

Em 2001, completou 60 anos e lançou seu 22º álbum, intitulado “Pra Falar de Amor”. O show desse disco foi lançado depois em CD e DVD: “Erasmo ao Vivo”.

No final de 2002, os 40 anos de carreira de Erasmo foram comemorados com o lançamento do box "Mesmo que Seja Eu" – contendo toda a sua discografia no período 1971 a 1988, recheada de material bônus, raro e inédito. No ano seguinte, ao final do 10º Prêmio Multishow de Música, Erasmo foi o grande homenageado da noite, conquistando um prêmio especial pelo conjunto da obra.

Em 2007, com "Erasmo Carlos Convida II", o cantor reuniu feras da MPB para lembrar sua carreira. Desta vez, os convidados foram nomes como Chico Buarque, Lulu Santos , Zeca Pagodinho, Skank, Los Hermanos, Djavan, Adriana Calcanhoto, Simone, Marisa Monte, Kid Abelha e Milton Nascimento.

Nesse período, começou a escrever o livro de memórias "Minha Fama de Mau", que veio a ser lançado em 2009. Nesse mesmo ano, lançou o álbum "Rock' n Roll", retomando seu lado mais roqueiro e conquistando o prêmio de melhor CD do ano, além de ser indicado ao Grammy.

Em comemoração aos 50 anos de estrada, em 2014, Erasmo Carlos lançou DVD e CD gravados ao vivo no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, com participações especiais e clássicos que marcaram sua carreira.

Em 2014, participou do Rock In Rio ao lado do cantor Arnaldo Antunes. Nesse mesmo ano, lançou "Gigante Gentil", seu terceiro disco consecutivo só com músicas inéditas. O disco venceu o Grammy Latino de Melhor Álbum de Rock Brasileiro.

Em 14 de maio, seu filho Alexandre Pessoal, também cantor e compositor, morreu aos 40 anos, vítima de morte cerebral causada por acidente de moto.

Atualmente, Erasmo estava realizando a turnê "Sexo & Rock'n'roll" pelo Brasil.

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