Grupo vocal mais antigo do Brasil, com mais de 70 anos de estrada, o quinteto Demônios da Garoa prova que ainda tem potencial para apresentar um repertório inédito. Após ficar 19 anos sem gravar um disco com novas canções – os lançamentos, desde então, apenas reafirmavam o trabalho já conhecido –, o grupo coloca no mercado o álbum “Um Samba Diferente” (Biscoito Fino).   Quase todo o repertório é novo, mas as características permanecem intactas: a precisão dos vocais, o “jeito paulista” de fazer samba e a irreverência no canto e nos arranjos. “O segredo da longevidade do grupo está em mantermos a qualidade e as nossas características”, afirma o integrante Sérgio Rosa.   São 14 faixas de compositores bastante variados, mas todos certamente herdeiros do samba instituído por Adoniran Barbosa – aqui homenageado com mais uma versão para “Trem das Onze”. Entre os autores está Canarinho, humorista que ficou famoso no programa “A Praça É Nossa”, e que morreu no último dia 16 de março, aos 86 anos. Foi ele quem criou a divertida música inédita “Melô do Camelô”.   De acordo com Sérgio Rosa, o grupo decidiu regravar músicas que haviam ficado de fora de outros projetos depois do convite da Biscoito Fino, para mostrar um trabalho diferenciado. “Tínhamos várias músicas gravadas e não aproveitadas em discos anteriores. A ideia era gravar tudo que fosse diferente do que o Demônios já havia feito até o momento”, conta.   É o mesmo Demônios da Garoa que conquistou fãs de muitas gerações, mas de uma forma mais moderna. “Não perdemos a simplicidade musical, mas colocamos alguns arranjos mais atuais, para que fosse um samba diferenciado”, explica Sérgio Rosa.   Vale destacar que o grupo também soube aproveitar o momento de Copa do Mundo e gravou o seu “Tema da Copa” – mostrado na Fifa Fan Fest de São Paulo.  

Compartilhar