(João Caldas/ Divulgação)
Coreografias assinadas pelos mais renomados artistas da dança jamais estão acessíveis a companhias de calibre duvidoso. São territórios onde os fracos não têm vez. Portanto, a autorização para montar uma obra de Balanchine ou de Jirí Kylián significa mais que o selo de qualidade que os patrimônios artísticos já possuem. Também sinaliza o quilate de quem se propõe a ombrear com eles.
É com todo esse aval que a São Paulo Companhia de Dança retorna a Belo Horizonte, quase três anos depois da sua primeira (e única) visita à cidade. Desta vez, ocupa o Sesc Palladium, neste sábado (28), às 20h30, e domingo (29), às 19h, com um programa de primeira. Exibe três trabalhos de curta duração de Balanchine, Jirí Kylián e Rodrigo Pederneiras, e cobra apenas R$ 40 e R$ 20 (meia) por ingresso.
Dos três trabalhos, “Bachiana nº 1” talvez desperte mais expectativas. Há razões para tal: Rodrigo é o coreógrafo do grupo Corpo, mais respeitada cia. de dança mineira. Segunda escalação do programa, seria a mais recente coreografia do repertório da companhia. Estreou em março deste ano e já teria sido bastante apresentada. Chegaria, por isso, aquecida, amadurecida, ao desafio de ser conferida “na terra natal do coreógrafo”.
Rodrigo Pederneiras a realizou por encomenda, inspirado na obra homônima de Heitor Villa-Lobos e nos corpos dos 15 bailarinos – como se pode ver na foto acima.
“Extremamente musical”, o coreógrafo exploraria as nuances de sete violinos da Osesp, mais Antonio Meneses em participação especial, sob a regência de Roberto Minczuk. Seria “um flerte com o clássico”, apesar dos movimentos de cintura, quadris, pés e braços que identificariam seus trabalhos.
Em “Theme and Variations”, George Balanchine reverenciaria Petipa, um dos seus mestres maiores, com uma obra de movimentação constante; já em “Sechs Tänze”, que encerra o programa, Jirí Kylián se inspira em Mozart para colocar os 13 bailarinos em roupas de baixo. Da época de Mozart.
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