(MÁRCIO RODRIGUES/DIVULGAÇÃO)
Menos egoísmo, mais amor prático. Abaixo à intolerância e à hipocrisia. Contra a inveja e a injustiça. Ser espiritual ou ser religioso? São estes conceitos o ponto de partida para o trabalho “(EU) – Uma viagem para dentro”, criado pelo músico e publicitário Fred Izak, que disponibiliza hoje o clipe de “O Cara”.
No vídeo, Izak interpreta três personagens que representam o poder exercido de forma equivocada. “A história é sobre aquele cara que tinha tudo para ser bom, que podia acolher e ser generoso, mas decidiu ser o oposto, preferindo o egoísmo, mesmo com todas as possibilidades de não sê-lo. Aquele cara que se mostrava inocente, mas, na verdade, era bandido”, descreve.
Assim, os papéis representados na produção são todos de tiranos. Primeiro, um pastor que recebeu a graça da palavra divina abre a Bíblia e só vê cifrões, querendo ter as ovelhas prisioneiras sob seu controle e transformando, assim, a bênção em maldição e a libertação em escravidão.
Outro personagem é um pai que transparece o que não é. Bem visto aos olhos da sociedade, segue o rigor da lei e dos “bons costumes”, porém, a intimidade revela um falso pudor ao tiranizar os filhos enquanto esconde um segredo desprezível. “E será que esses filhos podem superar essa tirania, e transformar essas experiências em atitudes de amor e redenção?”, pergunta Fred.
Por fim, um professor ditador, caracterizado em referência a Adolf Hitler, que faz com que crianças sejam lobotomizadas. Uma de suas alunas se rebela, mostrando a língua, lembrando a expressão símbolo do gênio Albert Einstein. “O recado é que o povo judeu, mesmo tiranizado, devolveu, para o mundo, paz e desenvolvimento”, conta o artista.
Assim, “O Cara” mostra paradoxos que trazem à tona a necessidade de se questionar determinados comportamentos, como frisa Fred Izak. “De certa forma, temos que entender um pouco da alma obscura desses personagens, para evitar a sua ação no mundo”, registra.
Não é por acaso que o clipe vem à tona justamente no Dia da Mentira, “para desvelar uma grande verdade”, nas palavras do artista. É a quarta música de trabalho do projeto, que começou com “Máscaras”, “Casa de Chão de Estrelas” e “Likes”, composições que estão disponíveis em todas as plataformas digitais.
“Primeiro, tiramos nossas máscaras, enquanto fazemos um mergulho espiritual e, a seguir, questionamos e refletimos sobre os relacionamentos sociais. Agora, é hora de pensar sobre as escolhas que fazemos na vida: sermos bons ou indiferentes, transformar os benefícios em bons frutos ou em maldição, digamos assim”, salienta.
“Ninguém está aqui à toa, mas por algum motivo, com alguma missão. Que possamos tirar da nossa convivência algum aprendizado”, diz Izak, levantando discussão que ganha ainda mais sentido no momento atual: repensar velhos modelos e comportamentos e evidenciar a necessidade de um esforço conjunto na construção e transição para um mundo novo e melhor.