Domingo é dia de dança de salão no "BH Cultura na Rua"

Beth Barra - Hoje em Dia
10/08/2013 às 12:43.
Atualizado em 20/11/2021 às 20:51

Em uma grande lona quadriculada de preto e branco, os dançarinos se misturam e trocam de par. São idosos, adultos, jovens e adolescentes que participam, empolgados e com muita energia, do BH Cultura na Rua, criado por Rodrigo Delano. O professor da Universidade Dança de Salão, localizada no Prado, aproveita a temporada de seca e leva o projeto há 3 anos, todo domingo, para a Avenida Prudente de Morais, esquina com rua Barão de Macaúbas, entre 10 e 12h30. Ao ritmo de samba, bolero, salsa, forró, lambada, tango e zouk, ele comanda a pickup e incentiva os domingueiros a dançarem e sentirem a música a cada passo.

Delano, graduado em Fisioterapia, dança há 25 anos, e o BH Cultura ganhou a parceria da Amor Santo, uma associação de moradores do Santo Antônio. O projeto aproveita o fechamento da Prudente de Morais, até às 13 horas, para caminhadas, e a cada domingo reúne mais adeptos. Além dos dançarinos de primeira viagem, na pista improvisada há alunos e alguns professores, que atuam como uma equipe de facilitadores, além do apoio técnico do designer gráfico Rodrigo Diniz, que cuida da estrutura, incluindo montagem, equipamento de som e detalhes visuais.

Enquanto a música envolve os dançarinos, o professor e DJ - ele monta a trilha sonora toda semana - também frequenta a pista e os dançarinos se sentem honrados em tê-lo como partner. Ele contou à reportagem que dança há 25 anos - "dança a dois", como explica. A atual paixão é o zouk (*),  ritmo caribenho que, no Brasil, é dançado como uma continuação da lambada.

Um mestre da dança de salão, Rodrigo Delano anda ampliando seus passos e fazendo aulas de hip hop. Mas garante que gosta de ritmos variados, incluindo tango, salsa e WCS (West Coats Swing), uma versão mais moderna do tradicional swing. Em casa, também é eclético, mas morre de amor pelo samba - "de raiz ao pagode, embora possa ter dias de tango, com músicas que me emocionam".
 
Nos domingos dançantes a céu aberto, nas pouco mais de duas horas de dois pra lá dois pra cá, ele programa cerca de 40 músicas. Às vezes, dá um aulão na pista. "A pista de dança é o espaço mais democrático que existe", diz. Com sua formação em fisioterapia, Rodrigo Delano, também ex-jogador de basquete, explica sua paixão: "a dança é para todos e democrática - é lazer,  atividade física, evento social,  para todas as idades".

Além de dançar, Rodrigo  Delano viaja para aprimorar sua técnica e ensinar mais pessoas a movimentar o corpo. Com apoio da Belotur, participa de eventos em cidades do interior e e capitais, fazendo de 10 a 15 viagens por ano. O professor também carimba o passaporte. Este ano, com a parceira Adriana Coutinho, ficará 22 dias participando de congressos de dança na Croácia, Áustria, Hungria e República Tcheca - pela segunda vez.  A dupla já viajou para outros países, de culturas tão distintas como Australia e Índia.
 
BH Cultura na Rua - Domingo, 11 de agosto, de 10 às 12h30, Avenida Prudente de Morais, esquina com Barão de Macaúbas
 
(*) O zouk tornou-se também um gênero musical, oriundo das Antilhas, criado pelo grupo Kassav, que misturou o calipso, afro-caribenho, e a Makossa, gênero musical das regiões urbanas de Camarões. O nome Zouk foi cunhado na Europa, nos anos 80, com a música "Zouk la sé sèl médickaman nou ni".  O grupo nunca tinha batizado esse nome ao mix musical  variado, já que zouk significa festa em Crioulo.
 

BH Zouk completou nove edições

O BH Zouk movimenta a cidade há nove edições. São de quatro a cinco dias de festival, em vários pontos, entre o final de maio e início de junho. O idealizador do projeto, que trouxe a dança para a capital mineira, é Rogrigo Delano, com o apoio da Belotur. Belo Horizonte foi pioneira do evento no Brasil e tornou-se a "cidade do Zouk brasileiro". A programação é sustentada por vários parceiros, que garantem a estrutura e organização, além de atrair turistas interessados a treinar os passos da dança com diferentes professores e oficinas.
 
Cultura, autoconhecimento e atividade física são trabalhadas na técnica Zouk, criada há 18 anos por Delano e aplicada nos campeões de Zouk de 2011. No endereço bhzouk.blogspot.com os interessados podem conferir imagens dos festivais e a técnica baseada na anatomia, fisiologia e biomecânica humana.

Vale relembrar, Rodrigo Delano tem formação em fisioterapia. O Fisio Zouk, como ele denominou, traz benefícios para corpo e mente, entre eles, previne lesões na coluna; alivia tensões musculares; amplia a performance e a percepção corporal; pode ser aplicado aos demais ritmos de dança. é uma forma mais prazerosa e intensa de dançar; minimiza a tonteira durante os movimentos de cabeça e aumenta a flexibilidade desses movimentos e - palavras do professor: "aumenta a profundidade do relacionamento afetivo do casal que dança junto".
 

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por