Drama “12 Anos de Escravidão” busca identificação da classe média

Folhapress
07/02/2014 às 20:39.
Atualizado em 20/11/2021 às 15:53

(Disney/Buena Vista/Divulgação)

SÃO PAULO – Quem viu os filmes anteriores do cineasta Steve McQueen irá se surpreender com “12 Anos de Escravidão”, filme que passa a ter sessões de pré-estreia na capital mineira neste fim de semana. Como “Fome” (2008) e “Shame” (2011), seu novo filme é um drama intenso centrado em um protagonista submetido a condições extremas. Mas seu estilo de direção mudou significativamente.

McQueen parecia, em seus dois primeiros longas, tão interessado em acompanhar seus personagens quanto em mostrar suas credenciais como diretor – o que resultava em firulas estéticas típicas dos “filmes de arte”. McQueen está mais sóbrio, mais dedicado a seus personagens, a sua história. Estes elementos são mais que suficientes para garantir a contundência do filme.

Crueldade

“12 Anos de Escravidão”, produzido pelos estúdios Disney/Buena Vista, acompanha a trajetória de Solomon Northup (Chiwetel Ejiofor, excepcional), cidadão livre do norte dos EUA que é sequestrado e vendido como escravo no século 19.

 

Nascido e criado livre, Solomon Northup (Chiwetel Ejiofor) era um homem culto, com mulher e filhos (Foto: Disney/Buena Vista/Divulgação)


As torturas a que Northup é submetido não são novidade, mas McQueen usa (às vezes abusa) dos detalhes gráficos e trabalha o tempo para reiterar a crueldade (em uma cena angustiante de quase quatro minutos, Northup é enforcado em uma árvore enquanto outras pessoas brincam à sua volta).

Há um detalhe na trajetória de Northup que talvez ajude a explicar o sucesso do filme, suas indicações ao Oscar. Nascido e criado livre, ele era um homem culto, com mulher e filhos, que tocava violino como profissional e falava inglês como um lorde.

Isso pode levar a uma identificação maior do espectador de cinema, que tem subsídios para imaginar: “O que ocorreria se, de repente, tirassem a minha liberdade?”.

É o mesmo mecanismo que, grosso modo, nos faz ter mais empatia com o jovem de classe média que é assassinado do que com o homem negro que é preso a um poste com uma trava de bicicleta. Um contraste que McQueen sabe explorar a favor de seu filme.

Roteiro da pré-estreia em BH

12 anos de Escravidão tem estreia no Brasil marcada pra o dia 14, com classificação de 14 anos. As sessões de pré-estreia, a partir desta sexta-feira (7) serão exibidas em salas da rede Cineart nos shoppings Cidade, Paragem e Ponteio (Vip).

Trailer em HD legendado

 

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