"Elas de Minas" dá visibilidade para as vozes do estado

Pedro Artur - Hoje em Dia
14/12/2013 às 14:47.
Atualizado em 20/11/2021 às 14:48
 (Elas de Minas)

(Elas de Minas)

O Clube da Esquina atravessa gerações. O pop rock das bandas Jota Quest e Skank já tem seu espaço há algum tempo. E a produção musical feminina feita nas montanhas das Gerais está diluída ou dispersa. Estava. O projeto “Elas de Minas” já ergueu a voz em São Paulo, passa pelo Rio de Janeiro daqui um mês e aporta em Belo Horizonte em fevereiro.

Representante da geração da nova canção mineira, a cantora e compositora Jabu Morales diz que o projeto capta esse momento. “É uma fotografia desse momento musical que Minas está vivendo. Além de mostrar a suavidade e a força da mulher”, avalia Jabu Morales, que assina a canção “Moacir”, que integra o show que pretende viajar pelo país afora. O CD será lançado em abril.

Apesar do olhar feminino de suas composições, Jabu não cai na armadilha de achar que apenas uma compositora consegue captar e dar vazão às questões da mulher. “A produção da mulher tem um brilho, uma preciosidade. É uma coisa intrigante me dar essa sensação. Mas não relaciono isso ao gênero, pois tem muitos compositores com sensibilidade à flor da pele”, explica a artista, citando entre eles Chico Buarque e Gilberto Gil.

Apesar de morar em Barcelona, Jabu Morales diz que vai participar de todos os três módulos do show. “Afortunadamente vou participar”, garante a compositora, que, na Espanha, trabalha com a cultura popular de maracatu e a culinária macrobiótica.

Troca de gerações

Idealizado pela produtora Lailah Gouvêa e realizado com recursos da Lei Estadual de Cultura, o projeto “Elas de Minas” selecionou 12 composições e nove intérpretes de Minas, e tem o objetivo de divulgar a produção artística de cantoras e compositoras do estado pelo país.

Lançado neste ano, pela primeira vez, o edital recebeu 246 inscrições. Ao todo, 173 músicas inscritas e 73 intérpretes concorreram a premiação.

A já consagrada cantora Marina Machado, que faz a direção cênica do “Elas de Minas”, mergulhou de corpo e alma no projeto – e pôde ter um contato mais direto com a produção das compositoras mineiras, experiência que tinha tido antes com a gravação de “Secador, Maçã e Lente”, da amiga Érika Machado.

“Para mim, como cantora mineira há 22 anos no mercado, era interessante nesse momento conhecer novas compositoras e cantoras. Está sendo muito bacana, enriquecedor”, reconhece.

Por tudo isso, ela se encantou com o “Elas de Minas”. “Eu fiquei muito interessada no projeto. Como intérprete mineira eu tenho muitas parcerias, a maioria com homens, já gravei muitas coisas do Samuel Rosa, Affonsinho, Robertinho Brant, e também da geração mais nova, como Pedro Morais. Cantei sempre homens”, ressalta. 

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