música

Em BH, Marina Lima percorre hits colecionados em 40 anos de carreira

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
Publicado em 26/08/2022 às 10:28.
 (Divulgação)

(Divulgação)

Quem vai colar os tais caquinhos? Marina Lima indaga durante a entrevista, usando o refrão de “Para Começar”, um de seus sucessos nos anos 80. Ela cita a música como um trabalho que volta ao seu repertório com grande força, devido às letras que se tornaram atemporais.

“É uma pergunta do tipo: quem vai ficar apostando nesse mundo que ruiu de novo? Chega! Ninguém quer ficar colando caquinhos. Vamos criar um mundo novo”, registra a cantora, que se apresenta nesta sexta, às 21 horas, no Grande Teatro do Palácio das Artes, com um setlist recheado de hits.

Também presente no repertório, “Fullgás” ganhou novas leituras, de acordo com Marina. “Compus com meu irmão, Antonio Cícero, para a época das Diretas Já, e ela cabe ainda hoje, num sentido de alegria, ao falar de amor ao Brasil e de querermos, juntos, fazer um país melhor”, analisa.

Na construção do setlist, ela explica que buscou conciliar a essência de seu trabalho com obras que “são fundamentais estarem agora pelo momento no mundo”. Na sua avaliação, apesar de terem sido feitas há quase três décadas, “elas se inserem no mundo tanto pelo lado drástico quanto pelo alegre e progressista”.

Aos 66 anos, Marina afirma que deseja “mostrar o meu mundo e o que me interessa” para o público que a deseja ouvir. “Eu adoro música. Essa é a minha expressão. Quero mostrar isso para quem me acompanha há algum tempo e os que estão chegando agora várias canções minhas que fizeram sucesso em várias gerações”.

Ela brinca com o título do show, “Nas Ondas de Marina”, e afirma que irá um pouco de mar na capital mineira. “Estou particularmente feliz de ir para BH, porque tenho memória de bons shows, principalmente no teatro do Palácio das Artes, onde comecei e passou várias temporadas”, destaca.

Marina tem ampliado seus horizontes e, mais recentemente, participou como atriz do longa-metragem “Verlust”, de Esmir Filho, e ganhou elogios dos fãs. “Uma grande atuação? Por favor, vai! Como atriz, eu sempre me acho canastrona. Eu quase peço desculpas depois”, diverte-se.

Apesar de uma confessa vergonha, ela diz fazer com a maior vontade, principalmente pelo desejo de se comunicar, o que a levou a abraçar também a literatura. Em 2012, a cantora lançou a autobiografia “Maneira de Ser”. No ano passado, foi a vez de “Marina Lima – Música e Letra”.

Conexão

“A vida me deu uma existência longa. Farei 67 anos este ano e estou com saúde, curiosidade, musicalidade e vontade de me comunicar. Assim vou experimentando as coisas para poder me conectar com as pessoas. Eu gosto de fazer isso. Me sinto viva!”, assinala Marina.

Ela salienta que, com a idade, “vai se adaptando tudo para não se machucar”. Fã de esportes, hoje foca na ginástica, que pratica de uma maneira mais leve. “Faço para manter o tônus. Não quero ficar bombada. Também gosto muito do mar. Quando eu posso, eu fujo uma semana para tentar pegar um more bug”.

Com alguns discos de ouro na carreira, ela não lamenta o desinteresse atual por álbuns cheios. “O que aconteceu é que o tempo que as pessoas têm para se dedicar (a ouvir) é menor. O público prefere EP. Foi ele quem fez esse formato e o mercado foi se adaptando a isso”, observa.

“O mercado não é vil. Ele é realista. Com a internet, as pessoas consumem tudo de uma forma diferente. Só quem gosta muito de música é que vai ouvir um álbum. Mas a geração online quer ouvir muitas coisas diferentes e menos da mesma pessoa. É assim em tudo. Não tinha como não ir para a música” .

SERVIÇO

“Nas Ondas de Marina” 
Hoje, às 21h, no Grande Teatro do Palácio das Artes (Avenida Afonso Pena, 1537). Ingressos a partir de R$ 90 nas bilheterias do teatro ou pelo site Eventim.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por