Aventura no fim do mundo

Em cartaz nos cinemas, terceiro filme da marca Detetives do Prédio Azul 'aposenta' trio central

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
22/04/2022 às 07:54.
Atualizado em 25/04/2022 às 12:58
 (Divulgação)

(Divulgação)

A cada novo episódio da série “Detetives do Prédio Azul”, que completa em junho dez anos no ar, no canal infantil Gloob, a avó da atriz Nicole Orsini chama a atenção da neta: “Você não precisa ser tão má com os detetives!”.

Nicole interpreta a bruxa Berê e, diferentemente de seus companheiros mirins no filme “Detetives do Prédio Azul 3 – Uma Aventura no Fim do Mundo”, já em exibição nos cinemas, ela não sofreu do “mal do crescimento”.

Devido à pandemia, o longa chega às telas com dois anos de atraso, o que adiou a despedida oficial da segunda geração de detetives. O trio formado por Anderson Lima, Letícia Braga e Pedro Motta já foi substituído na série.

Nicole está com 16 anos e atualmente está envolvida na gravação da 17ª temporada. Antes de entrar para a turma do DPA, era uma fã e, como muitas crianças, viu na série um estímulo para brincar de investigação, tema do programa.

“É incrível ver a mudança da série desde quando eu entrei, aos 11 anos. Na verdade, era para fazer apenas uma participação numa temporada. Mas aí o público gostou tanto que eu fiquei e estou até hoje”, registra Nicole.

“Muita coisa mudou, como a relação com os detetives, a criação de novos mistérios e o fato de minha família vir morar no prédio Azul. Agora tenho até uma irmãzinha. Foi muito legal crescer junto com a minha personagem”, analisa.

Nicole assinala que, enquanto Berê estava passando “pelas crises de bruxales-cência”, ela também vivia essa difícil transição. “Pude amadurecer junto com ela e com a equipe do DPA, que é uma família muito grande”.

No filme, Berê vira quase uma quarta detetive, participando de aventuras na Argentina e no fim do mundo, após o porteiro Severino – personagem presente desde os primeiros episódios – encontrar um amuleto e se tornar malvado.

“Na série, ela sempre esnoba os detetives, diz que não quer brincar com ele. Mas, lá no fundo, ela quer ser como eles. A Berê gosta deles de verdade, criando uma relação de amizade entre a feiticeira e os meninos”, afirma.

O sentimento de Letícia Braga, que deixou a capa detetivesca em 2020, é de puro saudosismo. “Me senti voltando no tempo. Como eu amadureci, é muito nostálgico. Ela cresceu junto comigo e a gente viveu juntas várias aventuras”.

Para a intérprete de Sol, um dos fatores que fazem da marca um sucesso contínuo, independentemente da troca de atores, “é a energia da gravação que transborda para fora das telas”. No set, “todo mundo é feliz e faz o que gosta”.

Nicole concorda. “Se está bom de um lado da câmera, do outro também estará”. Outro fator de atração é, segundo ela, a criatividade da idealizadora e roteirista Flávia Lins e Silva, “há dez anos inovando e se superando sempre”.

A mistura de magia e mistério consegue, em sua avaliação, unir toda a família em torno da franquia. Um bom exemplo é a avó. “Ela ama a série, mas leva tudo para o lado pessoal. Sempre tenho que dizer que não sou daquele jeito na vida real”, diverte-se.

Respeito entre amigos é um dos temas centrais da franquia

Motta brinca com o lançamento tardio do terceiro filme. “É um grande Benjamin Button. Ele já nasceu velhinho”, destaca o ator, hoje com 16 anos, lembrando-se do personagem que inverte a cronologia de nascimento e envelhecimento.

“Rolou a pandemia e a série ganhou temporadas novas, o que fez com que as coisas ficassem desatualizadas”, analisa Motta, que enxerga no novo filme um gosto de aventura ao estilo de “Os Goonies”, clássico do cinema infantojuvenil da década de 1980.

Ele sublinha o principal trunfo das aventuras cinematográficas em relação à televisão: “O primeiro filme tinha uma proposta muito concreta, ao mostrar os mistérios dos detetives fora do prédio. Os outros filmes também possibilitaram isso”.

Motta participou de 200 episódios na série e assinala que raramente seu personagem, Pippo, teve a oportunidade de sair da área comum do prédio. “Nos filmes, não podíamos desperdiçar essa oportunidade, de mostrar como seria a vida lá fora”, comenta.
Apesar dessa mudança, Anderson Lima, intérprete do detetive Bento, frisa que, assim como na série, o filme ajuda a criar o caráter das crianças. “São muitos pilares, mas um que se mantém desde o início é a família e o respeito entre amigos”, analisa.

Lembranças

Com 18 anos, Lima admite que não assiste a série como alternativa de diversão na TV. “Apesar de terem subido um pouco a faixa etária após os filmes, para nós já não é tão importante a não ser para relembrar um pouco do nosso trabalho”, afirma.

Lima lembra que a franquia foi importante por dar a primeira grande oportunidade na carreira da dupla. “Nos prepararam e nos moldaram para vivermos os detetives. Daqui a pouco os novos farão um filme e viverão um pouco do que passamos”.

Como apresentador de um game show no Gloob, Motta não perdeu o contato com a série e acompanha o trabalho de seu substituto, Stéfano Agostini. “É muito talentoso. Não queremos julgar ninguém, mas os substitutos estão à altura de todas as capas”.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por