“Ronnie Von, o Príncipe Que Podia Ser Rei” é biografia que chega às livrarias para falar de Ronaldo Lindenberg Von Schilgen Cintra Nogueira. Eis o “príncipe”, hoje, com 70 anos, que se tornou um dos mais importantes ídolos jovens dos anos 1960 e 70.
O livro foi escrito pelos jornalistas Antonio Guerreiro e Luiz Cesar Pimentel e tem orelha escrita pelo músico mineiro Samuel Rosa. A biografia é editada pela Planeta (192 págs., R$ 34,90).
Filho de família rica, o jovem e belo Ronaldo tinha futuro promissor condicionado a “assumir negócios” do clã. Deixou tudo meio de lado e foi para a música, virou “Ronnie” e, já famoso, acabou sendo apelidado como “Pequeno Príncipe”, pela apresentadora Hebe Camargo (1929-2012).
O título do livro faz referência a esta “fama” que conquistou. Diz o prólogo que “o Brasil já teve uma batalha entre um Rei e um Príncipe”, numa referência a Roberto Carlos e Ronnie.
Mais jovem e mais bonito que Roberto, Ronnie estreou, em 1966, pela Record, o programa “O Pequeno Mundo de Ronnie Von”. Segundo o mesmo prólogo, o Rei, já no auge, teria “estremecido” com a ameaça à sua fama vinda da atração.
“Nos bastidores, alguns pauzinhos foram movidos e os convidados do ‘Jovem Guarda’ (programa do Rei) ficaram impedidos de entrar no mundo de Ronnie”, acusa o texto. O programa de TV foi sucesso e Ronnie, nesta época, fazia um show por dia.
Ele fez de quase tudo na música. Até rock psicodélico. Esta época é lembrada por Samuel Rosa: “Essa inquietação talvez explique os passos fora da estética pop da Jovem Guarda (...) para chegar à trilogia ‘Ronnie Von’, ‘A Misteriosa Luta do Reino de Parassempre Contra o Império de Nuncamais’ e ‘Máquina Voadora’”.
Mesmo com essas e outras inovações e inspirações musicais, o intérprete mais famoso da canção “A Praça” parece ter deixado a música de lado. E mesmo que a carreira de apresentador esteja de vento em popa, você pensa em fazer algum disco novo de canções inéditas? “Isso não faz parte de meus projetos”, limita-se, em entrevista ao Hoje em Dia.
Pé em Minas
Como se ainda não bastasse, o Nogueira do nome de batismo de Ronnie Von vem de “Manuel Jacinto Nogueira da Gama”, antepassado dele nascido em São João del Rei, em 1765. O militar, político, filósofo e matemático “tornara-se visconde e marquês da cidade mineira de Baependi”, explica a “bio”. “Foi o Estado que melhor me recebeu em toda minha carreira, qualquer oportunidade de trabalho em Minas, me enchia de boas esperanças”, reconhece o artista.