Espetáculo "Get Out!" propõe novos modos de enxergar alguém em pânico

Miguel Anunciação - Hoje em Dia
05/07/2013 às 08:17.
Atualizado em 20/11/2021 às 19:46

Diplomado em Letras, ator formado pelo Cefar e habilidoso na artes de clown e de improvisar, Assis Benevenuto possui a versatilidade que lhe autoriza escrever poesia e dramaturgia e dirigir também, tarefa que costuma dividir com seus parceiros de QuatrolosCinco – Teatro do Comum. É este profissional tão raro quem assina, dirige e atua em "Get Out!", cartaz do Galpão 3 do Espaço Funarte MG, até o dia 14 deste mês. É indesviável.

É seu primeiro solo em quase uma década ganhando a vida no teatro, dois anos a mais que sua formação no Cefar. Concebido e escrito durante as diversas viagens que seu coletivo realizou pelo país, levando "É só uma Formalidade" e "Outro Lado", "Get Out!" vem se tornar a terceira realização de mais peso – uma intervenção na rua, a cena curta que gerou "Formalidade" e uma montagem baseada em Tchecov, sob a direção de Anderson Aníbal, são as outras três. A publicação dos dois primeiros, pelo site Questão de Crítica, incide noutra conta.

Sozinho em cena, mas, em contrapartida, tendo o privilégio de "explorar sua voz, sem tanta interferência", Assis interpreta o sujeito no aeroporto, que há dias reluta em embarcar num avião. Em pânico pela hipótese de morrer em acidente, ele descreve uma porção de grandes tragédias ocorridas no mundo inteiro. Ainda que as estatísticas garantam que é muitíssimo mais provável que alguém venha a morrer de acidente nas estradas que despencando dos céus.

De fato, a circunstância-base do enredo parece a caráter para a comédia rasa, sem remissão. De modo algum é o que se deve esperar de um poeta de notável veia lírica. Embora o solo seja "engraçado, cômico e pra cima, também", Assis não se colocaria em cena, novamente, para frequentar "lugares viciados" e reforçar estruturas tradicionais. "É para estimular outras possibilidades de leitura das coisas, como a gente faz em ‘Formalidade’, por exemplo", assinala.

"Estou convencido que o que me move é esta impressão de potência, senão eu não faria. Não faço teatro por motivos à toa", reforça.


Serviço

"Get Out!" na Funarte MG (rua Januária, 68, Floresta). Sexta e sábado às 20 horas. Domingo, às 19 horas. Entradas a R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia). De 5 A 14/7.

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