ROMA - Os estilistas italianos Domenico Dolce e Stefano Gabbana foram condenados nesta quarta-feira (18), em primeira instância, a um ano e oito meses de prisão por uma fraude fiscal avaliada em um milhão de euros, informou a imprensa.
Os dois eram acusados de ter passado o controle de várias marcas do grupo a empresas de fachada com sede em Luxemburgo para não pagar impostos na Itália.
A promotoria havia solicitado uma pena de dois anos e seis meses de prisão. Os advogados dos estilistas anunciaram que recorrerão da sentença, o que suspende a execução da pena.
Dolce e Gabanna, que vestem estrelas como as cantoras Madonna e Beyoncé, sempre rejeitaram as acusações.
Eles são acusados, junto com outras cinco pessoas, de terem formado uma série de sociedades de fachada - entre elas a Gado - em Luxemburgo em 2004 e 2005 e de terem cedido o controle de pelo menos duas de suas marcas com o objetivo de escapar do fisco italiano, quando, na realidade, essas empresas eram administradas na Itália.
A promotora Laura Pedio considerou o crime uma "fraude fiscal sofisticada" confirmada com "provas sólidas como rochas".
"Os estilistas participaram ativamente dela, assinando contratos de cessão de marcas", ressaltou, considerando que a Gado era "uma espécie de nebulosa com a consistência do gás".
Outro promotor, Gaetano Ruta, considerou que "a Gado era uma construção artificial cujo objetivo era obter uma vantagem fiscal, que finalmente conseguiram".
A Dolce e Gabbana, fundada em 1985, emprega mais de 3.000 pessoas, tem 250 pontos de venda em 40 países e teve um volume de negócios de cerca de 1 bilhão de euros no exercício 2011/2012.