TÓQUIO - Vários exemplares do "Diário de Anne Frank" foram destruídos em bibliotecas públicas de Tóquio, onde foram encontrados com páginas arrancadas.
A polícia da capital japonesa abriu uma investigação depois de receber várias denúncias.
De acordo com o conselho de bibliotecas públicas de Tóquio, páginas foram arrancadas de pelo menos 250 exemplares do diário ou de publicações que continham a biografia de Anne Frank ou informações sobre as perseguições aos judeus.
Em outras regiões próximas, informa a imprensa, foram atacados mais de 10 livros sobre a mesma questão.
"Temos queixas de cinco (dos 23) distritos de Tóquio, mas ainda não sei exatamente quantas bibliotecas foram afetadas", disse à AFP Satomi Murata, chefe do conselho de bibliotecas públicas da capital.
"Não sabemos o motivo, nem quem fez isto", completou.
"Cada exemplar danificado tem entre 10 e 20 páginas arrancadas. Estão inutilizáveis", afirmou Kaori Shiba, diretor de arquivos da biblioteca municipal central do distrito de Shinjuku.
Toshihiro Obayashi, vice-diretor da biblioteca central de Suginami, relatou que 119 exemplares foram danificados em 11 das 13 livrarias da região. Ele disse que nunca havia acontecido algo parecido.
Na internet, o Centro Simon Wiesenthal manifestou surpresa e inquietação.
"Pedimos às autoridades japonesas que identifiquem os autores desta campanha de ódio e que resolvam a questão", declarou Abraham Cooper, diretor do Centro, que tem sede nos Estados Unidos.
A partir de 1942, a família de Anne Frank viveu escondida por dois anos em Amsterdã, ocupada pelos nazistas, até que foi encontrada. Anne, de 13 anos, foi deportada para o campo de Bergen Belsen, onde morreu.