ARTES PLÁSTICAS

Exposição de Leonora Weissmann reflete função da arte

Da Redação
19/10/2022 às 18:31.
Atualizado em 19/10/2022 às 18:34
A ideia da exposição é demonstrar os diálogos, permeabilidades e a coesão presentes nas criações da artista (ALÊ FONSECA/DIVULGAÇÃO)

A ideia da exposição é demonstrar os diálogos, permeabilidades e a coesão presentes nas criações da artista (ALÊ FONSECA/DIVULGAÇÃO)

Aberta ao público a partir desta sexta (21), a mostra  “Desmanche – verbocorpopintura” reúne trabalhos inéditos de Leonora Weissmann na AM Galeria. A exposição celebra a riqueza e a diversidade do trabalho da artistaa partir de desenhos, pinturas, móbiles e uma intervenção na fachada. Também será lançado o livro “Estranho Mundo Próximo”, que traz um olhar sobre a produção e sobre a carreira da artista.  

Criada para celebrar os 25 anos de carreira de Leonora, a exposição reúne uma série de trabalhos novos  com outros de períodos anteriores. Para constituir o acervo de “Desmanche – verbocorpopintura”, a curadoria de Guilherme Bueno apostou numa série de trabalhos recentes somados a outros que já podem ser considerados icônicos de Leonora, como seu autorretrato grávida que, apesar de não pertencer à fase mais recente, ainda é um trabalho inédito para o público. 

“Existe uma riqueza muito grande no trabalho de Leonora Weissmann, tanto técnica quanto criativa. Ela consegue passear com maestria por várias áreas, se dedicando ora aos retratos, ora paisagens e outras linguagens. Ela tem um interesse muito plural sobre o próprio ofício e isso traz inúmeras reflexões sobre as possibilidades da pintura no século XXI”, reflete o curador.

A ideia é demonstrar os diálogos, permeabilidades e a coesão presentes nas criações da artista, ressaltando suas inúmeras formas de cristalizar as memórias e reconfigurar o agora. Entre as obras que integram o acervo da mostra estão quatro linhas distintas, que podem ser analisadas como complementares, como os retratos, que a artista faz questão de manter ativos em seu portifólio uma vez que eles são objetos de inúmeras investigações; Retábulo, que ela denomina como uma espécie de oratório para as paisagens, revelando principalmente as montanhas; a série Erotismo, pinturas que revelam corpos nus e os Móbiles, que são pinturas suspensas.

“Enquanto eu estava com meus filhos em casa durante o período mais crítico da pandemia eu não conseguia produzir como eu fazia antes porque tinha que me dividir entre os cuidados deles, aula online etc. Enquanto eles estavam brincando ou desenhando, eu comecei a desenhá-los sobre pequenas tábuas. Acabei gostando do resultado e fiz vários retratos deles assim. A partir disso, comecei a pintar crianças em suspensão, como se elas estivessem num pula-pula, reproduzindo na pintura apenas as silhuetas das crianças. Eu chamei este trabalho de 'Páginas de um novo livro'. Refletindo sobre esse processo, eu analiso como uma reminiscência desse momento de liberdade e ao mesmo tempo de suspense”, define Leonora.

“Estamos atravessando um período muito intenso e tenso da história mundial e principalmente no Brasil. E essa intensidade acabou de transformando em combustível para a minha criação. Ao invés de me fechar, de travar, eu acabei produzindo muito durante esse período de isolamento social”, revela a artista, que se desafiou a produzir um autorretrato por dia durante a pandemia, independente dos materiais utilizados.

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