Com a pandemia impondo uma pausa forçada em diversos de seus trabalhos, o fotógrafo Rogério Argolo só viu uma saída: o céu. Após a aquisição de um drone, ele passou a percorrer Belo Horizonte por ângulos pouco vistos.

“Sempre morei em BH e achava que não era possível fotografar nada de novo mais por aqui. Só mudei essa ideia errada que estava na minha cabeça quando vi posts de imagens feitas com drones no Instagram”, registra Argolo.

A exposição “Horizontes Noturnos”, que permanece em cartaz até segunda-feira no piso Mariana do BH Shopping, revela uma pequena amostra de um trabalho que já contabiliza mais de dez mil fotos aéreas.

“Quando comecei a fotografar com drone, no início do ano passado, uma cidade completamente diferente se apresentou para mim”, afirma. Ele revela que, a cada vez que vai a um local, o resultado nunca é o mesmo.

“O lugar muda de acordo com a época do ano ou mesmo com o período do dia. A Serra do Curral, por exemplo, tem uma cor diferente em cada estação do ano. Com um dia nublado, o resultado, com um céu sem nuvens é outro”, compara.

Voar com drone para criar imagens não é diferente de fotografar com uma câmera. “É basicamente a mesma coisa. Tem que se regular os parâmetros. Costumo dizer que o drone é uma câmera fotográfica voadora”.

As vantagens são, segundo Argolo, as opções de composição. “Como ele voa, se vejo que há uma composição legal adiante, vou até lá buscar”, assinala o fotógrafo, que já fez aula de pilotagem de avião, o que pode ajudar no manuseio do equipamento.

Ele salienta que, apesar de o uso de drones ser popularizado, boa parte dos adeptos é um entusiasta do aeromodelismo e da tecnologia, desenvolvendo a arte da fotografia num segundo momento. “Eu já comecei de maneira inversa, a partir da fotografia”.

Com o fim da pandemia, o trabalho de Argolo deve se dividir em outros projetos, retomando o interesse por terreiros de umbanda em Belo Horizonte, que já o envolve há oito anos.

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