É impossível falar de cerveja em Belo Horizonte e não lembrar do nome de Fabiana Arreguy. Jornalista e beer sommelier, Arreguy foi uma das primeiras profissionais a escrever, falar e ajudar a popularizar a cerveja artesanal na nossa região e no Estado.
Com passagens por grandes veículos de comunicação da capital mineira, Fabiana divide hoje seu tempo entre a Rádioweb Pão e Cerveja - emissora virtual que conta com programação musical e informativa sobre o setor cervejeiro; sua coluna Líquido Certo; as aulas na Academia Sommelier de Cerveja, ao lado do mestre Marco Falcone; consultorias cervejeiras para estabelecimentos, festas e eventos; júri de festivais e concursos de cerveja; e a rádio 102.9 FM, onde mantém diariamente a coluna Pão e Cerveja, transmitida três vezes por dia, e nas sextas participa do Conexão 102.9, de 13h às 14h, falando sobre breja e tirando dúvida dos ouvintes.
Em uma conversa bem descontraída, Fabiana fala do cenário cervejeiro em Minas, a qualidade das nossas cervejas, as expectativas dela para o mercado local e nacional, e essa nova fase na vida profissional. Confira:
Como você avalia o cenário cervejeiro em Minas?
Vejo um crescimento exponencial das cervejarias da Grande BH. Durante muito tempo esse potencial ficou reprimido, mas o movimento cresceu e agora está em total desenvolvimento. Claro que isso trouxe algumas consequências negativas como a de pessoas que nunca mexeram com cerveja, a não ser bebendo, e entraram no ramo apenas para ganhar dinheiro fazendo produtos de qualidade duvidosa. Mas essas cervejarias não devem vingar porque o público que consome cerveja artesanal é exigente. Só vão se manter no mercado as empresas que realmente mostrarem e fazerem um trabalho sério e de qualidade. Outro ponto que destaco é a maior visibilidade dessas cervejas em pontos de venda. Isso ajuda muito na popularização e no consumo do líquido.
Qual a sua opinião sobre as feiras de cervejas que explodiram em BH? Elas ajudam ou atrapalham os bares que vendem cervejas especiais?
As feiras são benéficas para os produtores cervejeiros e para o público. Nesses locais são onde muitos pequenos cervejeiros têm a oportunidade de mostrar seus produtos. Mas acho que elas estão no limite para saturar em BH. Não é todo mundo que tem cerca de R$ 200 por fim de semana para gastar nessas feiras. Os bares podem achar que é uma concorrência desleal, mas eu acho que não é. Os estabelecimentos precisam se adaptar a essa nova realidade com promoções durante a semana, aproximação com pequenos produtores e praticar preços justos. Quem toma cerveja artesanal sabe o preço dela na gôndola do supermercado e não está disposto a pagar um absurdo no bar.
Como está sendo o trabalho na 102.9 FM?
Está sendo uma experiência diferente. O espaço interativo que tenho às sextas-feiras tem dado um ótimo retorno. Além das entrevistas, poder estar ao vivo para falar de cerveja e responder os ouvintes tem sido prazeroso