Neste sábado é comemorado o Dia Internacional do Brincar. E como hoje é feriado, nada mais justo que começar desde já a entrar no clima. Teatro, cinema e muitas brincadeiras – não faltam boas opções para quem vai ficar na capital.

Para os que curtem uma bela história, “Hamlet” tem tudo para agradar. Sim, a tragédia shakespeariana foi adaptada para o universo infantil e, ao invés de fazer chorar, pode até arrancar um sorriso. Com o nome de “O Príncipe da Dinamarca”, o espetáculo tem sessões no domingo, às 17h, e na terça, às 9h30, no Grande Teatro do Sesc Palladium, com ingresso a R$20 e R$10 (meia).

Assinada pela Cia Vagalum Tum Tum, o diretor Angelo Brandini conta que essa não foi a primeira peça de Shakespeare que adaptou para as crianças. Ele já transformou “Macbeth” em “Bruxas da Escócia”; “Otelo” em “Othelito”; e “Rei Lear” em “O Bobo do Rei”. O segredo está numa ferramenta criada séculos atrás: a linguagem dos palhaços.João Caldas/Divulgação / N/A

Palhaços à solta: “O Príncipe da Dinamarca” usa elementos do circo para se comunicar com as crianças

“É como se o palhaço estive contando a história. O palhaço conversa bem com as crianças porque tem o mesmo olhar sobre a realidade que elas. Por isso, o recurso é palatável para elas”, explica. Brandini ressalta, contudo, que não se trata de uma paródia. A essência da trama é mantida.

Por isso, a questão da morte ronda o roteiro desde o começo, já que a primeira cena acontece dentro de um cemitério. “O texto original é pesado; é uma peça em que todos morrem. Iniciá-la no cemitério, com as caveirinhas recontando a história de ‘Hamlet’ foi uma forma de amenizar (o drama), pois o público já sabe logo que elas estão mortas”.

Na história, Hamlet é o príncipe da Dinamarca que recebe a visita do fantasma de seu pai. O homem conta que foi assassinado e, então, pede ao filho que vingue sua morte. Conforme o diretor, ainda que traga a realidade de um assassinato, o espetáculo acaba sendo divertido.

Para todos
Ele destaca, porém, que, apesar dessa linguagem da comédia, há, sim, “momentos chocantes”, como a morte da Ofélia, noiva de Hamlet. “Isso acontece porque palhaço não é só riso, tem lirismo também”.

Brandini ressalva, entretanto, que as crianças saberão o tempo todo que se trata de teatro. “A ideia é dizer: olha, estamos contando uma história; não é verdade”, diz, ao afirmar que não se trata de um espetáculo somente para o público infantil. “Muitos adultos veem e dizem, por exemplo, que, pela primera vez entenderam o monólogo do ‘ser ou não ser’, de ‘Hamlet’. A peça desmistifica a erudição criada em torno dos trabalhos de Shakespeare, pois permite que todos compreendam a história. Por isso, é popular e para quem tem entre zero e 120 anos”, brinca.

 No FIT
Também usando elementos próprios de palhaço, o Grupo Clowns de Shakespeare, de Natal (RN), apresenta o espetáculo “Abrazo”, de amanhã a domingo no Teatro Francisco Nunes, dentro da programação do Festival Internacional de Teatro (FIT-BH). A trama discorre sem falas e se passa num lugar onde não é permitido abraçar. Por R$ 20 e R$ 10 (meia). Grande sucesso do FIT-BH 2016, “Con Su Permiso”, do palhaço chileno Tuga, faz última apresentação hoje, às 15h, na Praça da Liberdade

 Rogério de Souza/Divulgação / N/A

“A Revolta Dos Brinquedos” – No espetáculo, a protagonista traz uma reflexão aos espectadores sobre seus atos

Brincadeiras lúdicas são foco de novo projeto belo-horizontino

A brincadeira vai correr solta neste fim de semana por meio do projeto Aldeia Jabuticaba, dedicado às crianças de zero a seis anos de idade. Hoje, das 10 às 12h, será realizado o “Quintal de Amor e Trocas”, no Parque Renato Azeredo, no bairro Palmares. Além de brincadeiras, a programação inclui oficina de circo com a Trupe Gaia e a contação “Histórias para Cantar e Brincar” com o grupo Quintal da Guegué. Já em “Uma Tarde no Museu”, sábado, das 14h às 18h, no MM Gerdau – Museu das Minas e do Metal (Praça da Liberdade), serão feitas brincadeiras tradicionais de rua. Ambas as atividades são gratuitas.Bruna Lamas/Divulgação / N/A

Aldeia Jabuticaba – “Quando a criança cria o próprio repertório por meio das brincadeiras, ela consegue lidar melhor com conflitos”, considera Pollyanna Xavier

Como conta a idealizadora da Aldeia Jabuticaba, a psicanalista Pollyanna Xavier, o projeto visa estimular a criatividade das crianças por meio do brincar. Por isso, o foco não está em atividades “dirigidas”, como assistir um desenho animado ou jogos eletrônicos. “Por não permitir muito a interação e a construção de um conhecimento, há atividades que deixam as crianças passivas e proporcionam doenças como obesidade, diabetes, alto colesterol, além de ansiedade e depressão”, alerta.

Desde outubro de 2015, a Aldeia Jabuticaba promove ações em pontos diferentes da cidade por meio de parcerias. No próximo mês de agosto, o projeto passará a ter sede própria.

Musical
Ainda com a temática dos brinquedos, neste domingo, será apresentado o musical infantil “A Revolta dos Brinquedos”, às 16h, no Teatro Bradesco. Na história, uma menina maltrata seus brinquedos e acaba sendo julgada pelos erros que cometeu. Ingresso por R$ 10 e R$ 5 (meia).

Denilson Tourinho/Divulgação / N/A

“Nossas Histórias, Um Pote de Ouro" – O espetáculo reúne contos e brincadeiras

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