“Festival de Novas Tendências” ocupa o Circuito Cultural Praça da Liberdade

Paulo Henrique Silva - Hoje em Dia
07/10/2015 às 07:37.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:58
 (FERNANDO LIBANIO/DIVULGAÇÃO)

(FERNANDO LIBANIO/DIVULGAÇÃO)

Com início nesta quarta-feira (7), o “Eletronika – Festival de Novas Tendências” pouco tem a ver com os Jogos Olímpicos. Mas é a esse evento esportivo que o produtor Aluizer Malab recorre ao discorrer sobre sua importância para a discussão das novas tendências em arte e tecnologia, que não se resume – faz questão de frisar – aos sete dias de intensa programação, que, agora, passa a ocupar um dos espaços mais queridos da capital mineira, a Praça da Liberdade e seu entorno.

“O grande salto de 1999 citando a primeira edição do evento para cá é que hoje ele é mais uma plataforma para estimular novas iniciativas, trabalhando de forma perene. Criamos outras possibilidades que são como a tocha olímpica, que precisa ser mantida acesa ao longo do ano até que se acenda a próxima pira”, compara Aluizer.

E haja fôlego para acompanhar tudo. A música é um pilar importante, mas o “Eletronika” vai muito além. A preocupação com o urbanismo, por exemplo, ganhou um foco maior, o que deixa a iniciativa até mais politizada. Aluizer concorda. “A gente sempre teve um olhar para o patrimônio, de uma forma mais crítica. Estamos discutindo tudo isso que está aí, sobre o que a cidade quer, mas sem ser panfletário”, ressalva.

Curador do Fórum e do Cidade Eletronika, Lucas Bambozzi deixa clara essa proposta ao registrar que o ponto nevrálgico da discussão é “pensar novas tecnologias que podem servir para criar um pensamento de civilidade, considerando o funcionamento de aparelhos em rede”, salienta Lucas. Até mesmo a questão da escassez da água entra nesse debate.

“O que estamos sugerindo é mudar essa chave, deixando de convidar apenas especialistas para falar de um tema, do ponto de vista técnico, e ouvir também os artistas, que podem chegar a um público maior. A arte tem essa capacidade mais universal”, observa o curador, que sublinha a palavra “democracia” presente no slogan do “Eletronika”.

Em outras palavras, dar voz às minorias. Segundo ele, não podemos ser dependentes de uma estrutura governamental, citando como exemplo o pensamento de uma cartografia acessível ao público comum nas grandes cidades.

“É a conscientização, a partir de celulares inteligentes, de um percurso possível dos espaços públicos, colocando nesses mapas o que interessa a determinadas comunidades, em termos de afeto ou de construção compartilhada”, analisa.

Conexão

Para quem está chegando agora, essa mistura entre arte, política, tecnologia e urbanismo pode parecer uma bagunça. Longe disso. “Essas iniciativas estão conectadas a outros festivais do gênero, como ‘Sónar’, na Espanha, o ‘Mutek’, no Canadá, e o ‘Club Transmediale’, na Alemanha. São projetos que nasceram muito próximos, propondo formas de fazer e pensar bem globais”, salienta Aluizer.

Festa das luzes

Toda a programação do “Eletronika” no Circuito Cultural Praça da Liberdade, vale lembrar, é gratuita. Entre tantos chamarizes, impossível destacar um ou outro, mas certamente a “Festa das Luzes” deve chamar atenção: serão projeções audiovisuais – videomapping –, com direção artística de Henrique Roscoe, previstas para os dias 10 e 11, à noite (a partir das 19h). O Palácio da Liberdade é um dos pontos que receberão a projeção.

Mas tem mais. Direcionado ao público infantil, o “Eletronika Kids” acontece na segunda, 12, Dia da Criança, na Praça da Liberdade, das 9 às 18h.

Veja programação completa no site eletronika.com.br (acompanhe também no twitter e facebook eletronika).

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por