'Meu corpo está aqui'

Festival Teatro em Movimento apresenta peça com atrizes e atores PCDs em BH

Elenco fala, abertamente, sobre relacionamentos, corpos e desejos

Da Redação
almanaque@hojeemdia.com.br
Publicado em 02/04/2024 às 17:30.
Espetáculo conta com o ator/intérprete de libras Jadson Abrãao e todas as sessões têm intérprete de Libras (Juliana Bizzo)
Espetáculo conta com o ator/intérprete de libras Jadson Abrãao e todas as sessões têm intérprete de Libras (Juliana Bizzo)

O Festival Teatro em Movimento apresenta no Sesiminas, em Belo Horizonte, o espetáculo inédito “Meu Corpo Está Aqui”, baseado nas experiências pessoais de Bruno Ramos, Haonê Thinar, Juliana Caldas e Pedro Fernandes, atrizes e atores PCDs (pessoas com deficiência), em que eles próprios estão em cena falando abertamente sobre relacionamentos, corpos e desejos, retratando o jogo entre as pulsões e os obstáculos que se apresentam nas descobertas e nas experiências de afeto e sexualidade.

As apresentações do tema original nos palcos, que se aprofunda na reflexão desses corpos invisibilizados socialmente, serão no próximo fim de semana (dias 5 e 6). O espetáculo conta ainda com o ator/intérprete de libras Jadson Abrãao e todas as sessões têm intérprete de Libras, audiodescrição e acessibilidade para pessoas com transtorno do espectro autista (TEA). 

“Meu Corpo Está Aqui” tem no elenco, Bruno Ramos que é surdo não oralizado, Haonê Thinar é pessoa amputada, Juliana Caldas tem nanismo, Pedro Fernandes tem paralisia cerebral com cognitivo preservado - usuário de cadeira de rodas e Jadson Abraão ator-intérprete de libras. O texto e direção são de Julia Spadaccini e Clara Kutner, e a direção de produção é de Claudia Marques. 

"O nosso corpo é um importante veículo de comunicação. É através dele que expressamos nossos desejos, nossas angústias e nossas satisfações. Estar com o corpo presente e pleno é fundamental para se sentir segura e potente. Seja qual corpo for, de que forma for, de que tamanho for. O corpo é a nossa identidade, a nossa assinatura visível. O encontro com esses atores e com essas histórias me dá a oportunidade de colocar o meu trabalho a serviço desta pauta tão necessária e urgente e isso me traz muita satisfação. Estar a frente de um projeto desta relevância é uma grande responsabilidade, um grande aprendizado, uma grande realização",  declara Claudia Marques. 

Em “Meu Corpo Está Aqui” a ficção entra como um elemento reflexivo, pelo fato de conectar o público com as semelhanças que existem entre todos nós e que são encobertas pelo preconceito e pela falta de conhecimento. Pessoas com deficiência vivem em um corpo e em uma essência que é viva. Não precisam desfrutar de suas histórias no silêncio, nem ser infantilizadas em tentativas de apagamento que remontam a concepções culturais e históricas a respeito do que é considerado “normal”. 

"Precisamos de PCDs protagonizando filmes, peças, programas de TV. Especialmente num cenário de amor e sexo. A peça vem para jogar luz, justamente, nessa grande invisibilidade que acomete o corpo com deficiência, seus desejos, amores e sexualidade", conclui Julia. 

Serviço
“Meu Corpo Está Aqui"

Classificação indicativa:16 anos
Duração: 60 minutos
Data: 5 e 6 de abril
Horários: sexta-feira, às 21h e sábado às 20h
Local: Teatro Sesiminas (rua Padre Marinho, 60, bairro Santa Efigênia)
Ingressos: R$ 42 (inteira) e R$ 21 (meia entrada)

Ingressos à venda pelo Sympla (clique aqui) e na bilheteria do teatro.

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