Filhos despertam habilidades e inspiram novas profissões

Thais Oliveira - Hoje em Dia
10/05/2015 às 08:37.
Atualizado em 16/11/2021 às 23:58

(Wesley Rodrigues/Hoje em Dia)

As mulheres que ilustram essa matéria descobriram na maternidade novos talentos e formas de ganhar dinheiro. Elas acabam de se unir para lançar o vlog “Mulheres Elétricas”. O nome do canal no YouTube, por sinal, caiu como uma luva: elas não param.   A idealizadora do projeto, Bela Aires, 32 anos, conta que queria trabalhar com mulheres diferentes para falar sobre diversos assuntos ligados ao universo feminino, mas que a questão da maternidade fosse uma "aresta" em comum. Ela, por exemplo, deixou de ser advogada para cuidar das filhas, Maria Clara, de 7, e Maria Júlia, de 4 anos. Inicialmente, Bela vendia lacinhos de fitas. Depois, surgiu o "Para Criança BH", que agora é o portal "Criançaria". "Divulgamos eventos no estilo 'diversão em família' e dicas para o público infantil. Hoje, já temos mais de 14 mil seguidores no Instagram e outros 14 mil no Facebook e projetos de ampliar ainda mais este trabalho", vibra.   Renata Catão, 41 anos, é outra que optou por trabalhar em casa. Ela cursou Odontologia e Direito, mas não fazia a menor ideia do talento que escondia até nascer a Valentina, há 4 anos. "A primeira boneca fiz para a minha filha, pois não queria uma de plástico para ela". Sem muitas pretensões, Renata criou o Instagram "Love me Dolls", no fim de 2013. Dois meses depois, o perfil já tinha centenas de seguidores. Hoje, são mais de 19 mil. "Somente no ano passado, fiz mais de 100 bonecas inspiradas na Waldorf. Não consigo manter nenhum estoque parado em casa", comemora.   Foi pensando também em dedicar o seu tempo aos pequenos que Luiza Fiorini, 25 anos, mudou o direcionamento da sua carreira. Ela representa as mães que, na flor da idade, engravidaram acidentalmente. No caso dela, a reviravolta ocorreu aos 18 anos, justamente quando havia acabado de iniciar o tão sonhado curso de Gastronomia. "Mas vi que filhos e chefia de restaurante não combinam. Por isso, após trabalhar em dois estabelecimentos, larguei tudo", diz a mãe da Clara, de 5, e do Vitor, de 2 anos. O que, até então, parecia uma derrota, na verdade, se transformou na grande virada de Luiza. "Fui chamada para dar aula de culinária para crianças em substituição a uma grávida e, finalmente, me encontrei", garante a gastrônoma, que também realiza pequenos eventos personalizados.   'Com a maternidade, pela primeira vez eu soube o que queria fazer' Carol Gilberti, 37 anos, é jornalista por formação e a vida toda deu aulas de inglês. "Mas, com a maternidade, veio uma vontade de ser mais pelo meu filho e pela primeira vez eu soube o que queria fazer", conta a mãe do Victor, de 4 anos. Em agosto de 2014, Carol se tornou sócia do "Vempropiquenique", com sede no Rio de Janeiro. "Me apaixonei pela ideia à primeira vista e em questão de meses inaugurei a empresa em BH. Trata-se de um trabalho todo artesanal e um modelo diferente de festa e não apenas uma temática", explica. No jornalismo, Carol, quase já não atua, porém, ainda dá aulas de inglês e vive numa correria só. "Tenho um tempo curto para o Victor, mas é de qualidade. Não me sinto nenhum pouco culpada por causa disso, pois não queria transparecer frustração para ele, pelo contrário, queria ser um exemplo a seguir".   Multitarefas Por 10 anos, Geralda Francisca, 37 anos, tentou fazer carreira na advocacia. "Estudava para passar no concurso, mas nunca conseguia", diz. Ao mesmo tempo que descobriu estar grávida de Luís Arthur, hoje com 2 anos e meio, Geralda começou a vender roupas para as colegas de cursinho. "Vi que gostava daquilo e resolvi fazer um curso de consultoria de imagem". Carreira certa, sucesso garantido. Pouco tempo depois de mudar de profissão, Geralda começou a ser convidada para dar palestras de autoestima para o público feminino pelo Brasil afora, montou sua boutique de roupas (GF Maison) e ensina mulheres a terem mais estilo.   Escolha difícil Bebel Soares - "Ser mãe é pagar língua todos os dias e abrir mãe de muita coisa, mas vale a pena". Foto: Arquivo Pessoal   Ao contrário do restante do grupo, para Bebel Soares, 40 anos, largar a profissão foi abrir mão de um sonho. "Amo a arquitetura, mas precisava escolher e seguir o meu coração", afirma. A mudança, claro, teve um dedo do Felipe, hoje com 6 anos. "Fiz um post no Facebook pedindo ajuda porque ele começou a fazer muita birra e eu não sabia o que fazer. Foram tantas respostas, que uma amiga sugeriu que criasse um grupo para falar sobre maternidade". E, assim, em 2011, surgiu o "Padecendo no Paraíso". Hoje, a fanpage tem mais de 12 mil likes e o grupo tem cerca de 6,6 mil mães cadastradas, além de uma fila de espera de outras mais de 1 mil. "Fazemos eventos, palestras, festas, workshops e temos o clube do desconto, que é uma espécie de convênio com empresas e profissionais", esclarece.     Assista a alguns vídeos do vlog "Mulheres Elétricas":

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por