Filme "O homem que elas amavam demais” é baseado em fatos reais

Patrícia Cassese - Hoje em Dia
26/10/2015 às 07:55.
Atualizado em 17/11/2021 às 02:13
 (Divulgação)

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Bela e jovem herdeira desaparece misteriosamente. Em cena, uma mãe desesperada, um jovem e sedutor advogado, de caráter duvidoso, e a máfia italiana, disposta a assumir um tradicional cassino na Riviera Francesa. Esses são os ingredientes que o veterano diretor André Techiné coloca sob sua regência em “O Homem Que Elas Amavam Demais” (L’Homme qu’on Aimait Trop), filme que já pode ser vista no conforto do lar no sistema on demand ou por meio de locadoras. Detalhe: a empreitada tem, ainda, em seu bojo, um adicional perturbador: a história é baseada em um fato real que abalou a França. O corpo em questão nunca foi encontrado.

A ação transcorre no final dos anos 70. A diva do cinema francês Catherine Deneuve é Renée Le Roux, que, à frente de um cassino localizado em Nice, o Palais de La Méditerranée, tem as ações de sua gestão questionadas, ao mesmo tempo em que a administração do espaço é disputada por um grupo italiano. Como essa saída definitivamente não agrada a ela, sócia majoritária do empreendimento, Renée trata de contratar o jovem advogado Maurice Agnelet (Guillaume Canet) para tentar manter sua voz elevada frente aos demais controladores do negócio.
 

Obsessão

À cena se junta Agnès (Adéle Haenel), filha de Renée. Após um casamento fracassado, e com as feridas do passado (no que diz respeito à genitora) ainda não totalmente cicatrizadas, ela logo se aproxima de Maurice, que se torna uma espécie de protetor, conselheiro e guarda-costas, até para quando a jovem resolve se arriscar nadando no mar aberto. O relacionamento dos dois avança para o status de amantes, não obstante o fato de ele já ser casado. Ao mesmo tempo, os atritos de Agnès com a mãe ganham acento, até ela se desvencilhar do cassino para abrir seu próprio e pequeno comércio, relacionado ao período em que passou na África. É lá que, pasma, descobre que Maurice tem, ainda, outras amantes, mas, concomitantemente, sua paixão pelo advogado adquire contornos de obsessão.

E como se trata de uma história real, não há necessidade de disfarçar o desenlace: Agnès desaparece, enquanto sua mãe tenta, nos tribunais, imputar a culpa ao advogado, já cônscia do relacionamento que havia entre os dois. O processo se arrasta por mais de 30 anos, e cortes temporais mostram o filho de Maurice já adulto, acompanhando-o no julgamento, e Renée, cujo semblante passa a espelhar o desgaste dos anos perdidos no esforço de punir, nos tribunais, aquele que é claramente responsável pelo desaparecimento da filha.

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