( Taylla de Paula/ Divulgação)
A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), por meio da Secretaria Municipal de Cultura e da Fundação Municipal de Cultura, e o Instituto Periférico apresentam a 14ª edição do Festival Internacional de Teatro Palco e Rua de Belo Horizonte, que acontece de 13 a 23 de setembro em diversos espaços da capital mineira. Durante dez dias, o festival vai trazer nove espetáculos internacionais e onze espetáculos de grupos e artistas nacionais. A programação desta edição está sob curadoria de Grace Passô, Luciana Romagnolli e Soraya Martins. A cena local terá ainda oito produções selecionadas por uma comissão convidada. Os ingressos serão vendidos pelo site do evento (www.fitbh.com.br).
A abertura do FIT-BH 2018 será no dia 13 de setembro (quinta-feira), a partir das 19h, no Parque Municipal, com apresentação de "Batucada" (PI), em versão para espaço público, concebida pelo prestigiado coreógrafo piauiense Marcelo Evelin, e "Looping: Bahia Overdub" (BA), idealizado pelos artistas baianos Felipe de Assis, Leonardo França e Rita Aquino. Os dois trabalhos vão envolver cerca de 200 pessoas de Belo Horizonte, artistas ou não, e serão construídos a partir de residências realizadas em período anterior ao festival.
"É uma marca histórica do FIT que suas edições tragam para a cidade reflexões da contemporaneidade. E esta edição segue calcada pela busca da transformação. Pela primeira vez, ampliamos as formas de participação social e parcerias, com o lançamento de dois editais públicos inéditos: um para seleção pública de Organização da Sociedade Civil (OSC), que atua na gestão e a produção do Festival, e outro para seleção de equipe curatorial”, comenta a presidente da Fundação Municipal de Cultura, Fabiola Moulin. Para o Secretário Municipal de Cultura, Juca Ferreira, “ao fazermos este movimento de escuta e ampliação da participação, ampliamos nossos olhares, compartilhamos com a sociedade nossas responsabilidades em realizar um festival dessa grandeza e reafirmamos nosso compromisso com as políticas públicas de cultura para a cidade”, comenta Ferreira.
O FIT-BH chega a sua 14ª edição permeado pelo conceito Corpos-Dialetos, sob o olhar atento de Grace Passô, Luciana Romagnolli, Soraya Martins, com os curadores-assistentes Anderson Feliciano, Daniele Avila Small e Luciane Ramos Silva. A equipe de curadoria, escolhida por meio de edital público de seleção em formato inédito, apresenta um conjunto de trabalhos teatrais a partir de uma perspectiva que vai na contramão de uma arte eurocentrada, ampliando a noção de teatro brasileiro e evidenciando como as matrizes africanas estruturam o teatro contemporâneo.
“Buscamos trabalhos que expandem nosso imaginário de Brasil e da cena teatral, recontam histórias, mudando a perspectiva de seus protagonistas, e investem na potência de corpos que estão em movimento, agindo como transformadores na sociedade”, afirmam as curadoras.
Alinhados com o conceito do festival, nesta edição, os trabalhos nacionais e internacionais trazem propostas que refletem como as identidades marcam nossas vivências estéticas e políticas, dialogam com a realidade do país e repensam criticamente os processos de colonização. Solos como os de Dorothée Munyaneza, Alesandra Seutin e Ntando Cele misturam linguagens do teatro, dança e música para reelaborar narrativas históricas oficiais a partir das experiências de corpos ainda em diáspora. Artistas portugueses também criticam seu passado colonial em “Libertação" e Um Museu Vivo de Memórias Pequenas e Esquecidas” (Portugal). E o potiguar “A Invenção do Nordeste” (RN) e o paulista “Isto É um Negro?” questionam a construção de identidades geográficas e étnico-raciais redutoras.
Da cena nacional serão apresentados os trabalhos: "A Gente Combinamos de Não Morrer" (PB), "A Invenção do Nordeste" (RN), “Assembleia Comum” (MG), "Batucada" (PI), "Chapeuzinho Vermelho" (RS), "Do Repente" (TO), "Isto é um Negro?" (SP), "Looping" (BA), "Merci beaucoup, blanco!" (BA), "Quaseilhas" (BA), incluindo dois trabalhos de Belo Horizonte - "Assembleia Comum" e a performance "Chorar os Filhos", de Nina Caetano. Já na internacional, serão apresentados os espetáculos "Arde brillante en los bosques de la noche" (Argentina), "Black Off (África do Sul/Suíça), "Ceci N'est Pas Noire" (Inglaterra/Bélgica/Zimbabue), "Donde Viven los Barbaros" (Chile), "Eve" (Escócia), "Libertação" (Portugal), "Simón, el Topo" (Peru), "Um Museu Vivo de Memórias Pequenas e Esquecidas" (Portugal) e "Unwanted" (Ruanda/França).
Para a Mostra Local do festival serão escolhidos ao menos 8 espetáculos da capital mineira e Minas Gerais que contaram com processo de seleção por meio de regulamento, totalizando o recorde de 178 inscrições.
PROJETOS ESPECIAIS
A 14ª edição do FIT-BH promoverá diversas ações de formação, reflexão e intercâmbio. Serão realizadas oficinas com companhias que se apresentam no evento, residências artísticas, workshop, debates pós-espetáculo e produção de críticas. Além disso, será promovido um evento de capacitação de negócios com o intuito de potencializar a visibilidade e circulação da produção cênica da capital mineira - o CENABELORIZONTE.
Este ano também será realizado o Memória FIT, um conjunto de exposições que recordam espetáculos locais que fizeram parte da história do Festival. Em cada uma das exposições, serão apresentados objetos, figurinos, cenários e registros que procuram resgatar no espectador a memória de cenas e momentos vivenciados na trajetória do FIT, contando com o envolvimento de diversas companhias da cidade.
FIT-BH 2018
Desde a sua criação em 1994, o FIT-BH conquistou espaço no calendário cultural de Belo Horizonte. Durante 24 anos e 13 edições, o festival recebeu companhias e artistas de 42 países e ofereceu ao público belo-horizontino 365 espetáculos com linguagens e formatos diferentes, que ocuparam diversos teatros, espaços públicos e alternativos da capital. Desse total, 115 obras foram apresentadas por grupos e coletivos de Minas Gerais. A edição de 2018 será realizada com o valor total de cerca de 3,4 milhões de reais, semelhante ao realizado na edição de 2016, que totalizou 3,6 milhões.