Fotógrafo reuniu no livro “Você Está Feliz?” imagens colhidas mundo afora desde os anos 1970

Elemara Duarte - Hoje em Dia
19/03/2013 às 13:16.
Atualizado em 21/11/2021 às 02:01
 (Miguel Rio Branco e Nathalie Melot/Divulgação)

(Miguel Rio Branco e Nathalie Melot/Divulgação)

Pelos caminhos que o fotógrafo Miguel Rio Branco percorreu mundo afora, desde os anos 1970 – uns com e outros, sem saída – ele fotografou crianças que reúne, agora, no livro “Você Está Feliz?” (Cosac Naify). Hoje, sem fotografar mais, ele aprende as saídas para a vida que a natureza ensina, na construção de um labirinto no quintal de casa, em Araras (RJ). “Fico me perguntando, qual a importância das árvores? Mas são elas que criam tudo”, resume.

Há seis anos, Miguel trabalha com plantas e pedras na obra doméstica. “Não é um labirinto estressante”, garante. Ele diz que quando os amigos da filha vão lá, eles andam até de bicicleta nas trilhas.

Inclusive, Miguel aponta que a origem da pergunta simples que intitula o livro repleto de crianças é a própria filha dele, Clara, hoje, com 17 anos. Quando criança, sem delongas, ela abordava visitas da casa sempre com um instigante: “Você está feliz?”

O questionamento divertia os frequentadores. “Isso porque as pessoas que vêm aqui não são nada metódicas. E também porque ela é uma menina muito feliz”, observa o artista.

As imagens têm características intrínsecas à obra de Rio Branco. Entre elas, está o uso da cor, um dos tópicos pelo qual é reconhecido. O ouro dos cereais onde estão imersas duas crianças ou o azul profundo do céu sobre a mulher humilde vestida de “dólares” (detalhe da foto na capa). “Minha cor é mais dramática e crítica”.

O livro surgiu do acaso. Se é que ele existe. A ilustradora de livros para crianças Katia Sinkovskaya, que é russa, veio ao Brasil trabalhar como estagiária no ateliê de Miguel. No local, ela identificou centenas de fotos de crianças e sugeriu o livro. Portanto, ela participa dele como produtora editorial.

“Não fotografo mais. Tenho material para mais três livros”, avisa o fotógrafo, aos 66 anos. Miguel observa a grande oferta de equipamentos fotográficos de baixo custo que leva qualquer um aos cliques. “Hoje se fotografa muito, mas a questão é por quê e pra quê?”.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por