Uma exposição em Belo Horizonte apresenta ao público o ofício de benzedores da capital e região metropolitana. Em “Deitar a bênção”, os visitantes poderão conhecer um pouco desses "curandeiros" a partir de fotografias e histórias, além do trabalho de artistas que desenvolvem investigações com temas relacionados aos saberes e práticas do benzimento.
A exposição está em cartaz no Centro de Arte Popular, no bairro de Lourdes, região Centro-Sul de BH, e faz parte da programação da 22ª Semana Nacional de Museus. A programação variada é de graça.
Conhecidas pela sabedoria e habilidades curativas, as pessoas que mantêm e perpetuam os saberes do benzimento são chamadas de diversas formas: benzedeiras, curandeiras, rezadeiras, entre outras. Como guardiãs desse conhecimento e suas tradições, exercem um papel fundamental na sociedade, transmitindo por meio da oralidade práticas de cura e proteção.
Ato de benzer é patrimônio imaterial?
Grande parte dos benzedores encontrados são pessoas que aprenderam a benzer com os mais velhos e que detêm inúmeras histórias e saberes relacionados ao restabelecimento da saúde. Embora aos poucos sejam considerados como agentes de saúde, inclusive pelo SUS, e algumas iniciativas busquem reconhecê-los como patrimônio imaterial de Minas.
E como muitos vêm deixando de exercer esse ofício ou fazendo-o de maneira velada em virtude do preconceito, a exposição busca valorizar a trajetória dos benzedores e ampliar o debate sobre o reconhecimento dos saberes tradicionais, além de contribuir para o combate ao racismo e à intolerância religiosa presentes na sociedade.
Serviço:
Exposição “Deitar a Bênção”
Visitação: até 16 de junho
Local: Centro de Arte Popular - Espaço de Convivência (Rua Gonçalves Dias, 1.608 - Lourdes - BH)
Entrada franca.