Fotos, vídeos e colagens no "Caos-Mundo" de João Castilho

Clarissa Carvalhaes - Hoje em Dia
Publicado em 06/11/2013 às 09:22.Atualizado em 20/11/2021 às 13:57.
 (João Castilho)
(João Castilho)

O belo-horizontino tem a chance de conferir bem de perto a exposição de um dos nomes mais importantes da fotografia atual. A partir desta quarta-feira (6), e até dia 6 de dezembro, o mineiro João Castilho expõe nos galpões da Funarte.

Inspirada no livro "Introdução a uma poética da diversidade", do francês Edouard Glissant, a mostra "Caos-Mundo" é um olhar de Castilho sobre pessoas e povos e que reúne uma série de trabalhos produzidos entre 2012 e 2013. Mais uma vez, o artista vai além, apresentando ao público não somente registros fotográficos, mas vídeos e colagens.

Além de disponibilizar as obras que passaram por São Paulo em março último, mas que nunca foram expostas por aqui, Castilho traz a BH dois trabalhos inéditos.

"O galpão da Funarte me permitiu construir uma expografia com três grandes módulos, o que deixa a mostra bem diferente da levada a São Paulo", explica o artista, que contou com a parceria dos arquitetos Ivie Zappellini e Wellington Cançado na criação do projeto. "Há cerca de cinco anos, meu olhar e meu trabalho se voltaram para a instalação e o vídeo. É o momento que passo a pensar a foto como arte e como um objeto que tem dimensão, espaço, cor, volume e que fará parte de um espaço. Não se limita a ser registro", comenta Castilho.

Em "Caos-Mundo", um dos objetos que pertencem ao nosso vasto cotidiano, mas que encarnam corpo, forma e volume de obra de arte são os antigos televisores de tubo. Ao todo são quatro TVs dispostas no chão. Nelas, quatro vídeos são exibidos simultaneamente, criando a ilusão de um tiroteio em estradas de terra ermas.

"Para mim, elas funcionam como uma escultura, mas é evidente que nem tudo pode ser matéria de exposição – é preciso ter senso crítico e de repertório", afirma.

Outra obra exposta é "Retirante" (2012), um políptico tocante, composto por 32 fotografias em preto e branco que registram as marcas deixadas no solo por pessoas.

"Caos-Mundo" é, portanto, uma oportunidade poética de o espectador enxergar o mundo e o seu caos com um olhar contestador – e, quem sabe, desejar fazê-lo melhor.


Serviço

"Caos-Mundo" de João Castilho na Funarte (rua Januária, 68, Floresta). Terça a sábado, de 13 às 21 horas. Até 6/12.

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