Ginger Rogers e Fred Astaire são estrelas de festival de cinema

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
08/12/2016 às 17:14.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:00

Sobre Fred Astaire e Ginger Rogers, a atriz Katherine Hepburn resumiu em poucas palavras o sucesso da dupla nas décadas de 1930 e 40, até hoje lembrada como o grande casal dos musicais: “Ele lhe dá classe. Ela lhe dá sex-appeal”. Essa combinação resultou em dez longas-metragens – produzidos entre 1933 e 1949 – que ajudaram a definir o formato do gênero, reunidos novamente na tela grande na mostra que o Cine Humberto Mauro (av. Afonso Pena, 1537) inicia hoje e segue até o dia 17. 

Fazendo dos pés os protagonistas e vivendo divertidas aventuras românticas, Ginger e Fred levaram um pouco de conforto aos americanos que ainda sentiam os reflexos da crise econômica pós-crack da Bolsa de Valores de Nova York, em 1929. "Os filmes musicais foram uma reação de Hollywood à Grande Depressão, quando o público não queria ver gângsteres e violência. A ideia era fazer algo mais leve, trivial, para divertir”, registra Philipe Ratton, gerente do Humberto Mauro.

Uma prova disso está no filme “A Rosa Púrpura do Cairo” (1985), de Woody Allen, que se passa naquela época e mostra Mia Farrow como uma espectadora trabalhadora e apaixonada pelo protagonista de um filme, alento para a dura vida que leva. “O encantamento dos musicais é esse: possibilitar uma fuga da realidade”, salienta Philipe, que reforça com essa mostra uma característica de sua gestão: alternância de mostras “pesadas”, como ele mesmo diz, com trabalhos mais populares.

“Esse balanço tem funcionado, com uma resposta muito boa. Temos um grande número de espectadores idosos, que sempre cobra a exibição desse tipo de filme. Com isso, conseguimos também levar pessoas que não conheciam a sala”, destaca.

Entre os filmes que serão exibidos estão alguns clássicos do musical, como “O Picolino” (1935), quando Astaire eternizou o dançarino aristocrático, de fraque e cartola, mais tarde se rivalizaria com o estilo atlético de Gene Kelly (“Cantando na Chuva”).

Estética queer

Outra mostra que começa hoje é a retrospectiva dedicada a George Kuchar, no Sesc Palladium (rua Rio de Janeiro, 1046). Cineasta e videoartista americano, Kuchar terá dez de seus trabalhos apresentados até o dia 18. Suas temáticas envolviam a estética queer, recebendo a influência do melodrama e do cinema de vanguarda das décadas de 1910, 1920 e 1930, a partir de personagens à margem da sociedade.

Em tempo: as duas mostras têm entrada franca.

MOSTRA GINGER & FREDHOJE17h "Voando para o Rio" (1933)19h "A Alegre Divorciada" (1934)21h "Vamos Dançar?" (1937) AMANHÃ14h "O Picolino" (1935)16h "Nas Águas da Esquadra" (1936)18h "Ritmo Louco"(1936)20h "Roberta" (1935) DOMINGO16h "Dance Comigo" (1938)18h "A História de Irene Castle e Vernon" (1939)20h "Ciúme, Sinal de Amor" (1949) SEGUNDA17h "A Alegre Divorciada" (1934)19h "Voando para o Rio" (1933)21h "O Picolino" (1935) MOSTRA GEORGE KUCHAR HOJE19h Sessão de curtas20h Conferência de Abertura AMANHÃ16h30 "Weather Diary 1"19h "Weather Diary 2" DOMINGO16h30 "Weather Diary 3" e "Weather Diary 4"18h30 "Weather Diary 5" e "Weather Diary 6"

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