(Mauro Kury)
Londrina, até por razões bastante óbvias, é uma das três cidades onde a Armazém mais gosta de se apresentar. Recife e Belo Horizonte, as outras duas: "Porque são os lugares que mais nos recebem bem, com mais carinho, e onde a gente mais troca com outros artistas", justifica Paulo de Moraes, diretor da companhia teatral carioca, uma das mais importantes do país - e por isso mantida pelo patrocínio da Petrobrás, desde 2001 -, e de "A Marca da Água", atração deste sábado (27) e domingo (28), no Sesc Palladium. A R$ 20 e R$ 10 (meia), então não deixe de ver.
Precedido por boas críticas, premiações nas categorias de Iluminação (Maneco Quinderé) e Texto (Paulo e Maurício Arruda Mendonça) e indicações em Cenografia (Paulo) e Atriz (Patrícia Selonk), o espetáculo viaja daqui a Porto Alegre e, ainda este ano, se apresenta também em Montevidéu, capital do Uruguai, e numa mostra de espetáculos brasileiros em Edimburgo, na Escócia.
A Cia. ainda viaja a Portugal, pela programação do Ano do Brasil naquele país, para apresentar "Toda Nudez Será Castigada". Em oito anos de carreira, esta versão admirável do clássico de Nelson Rodrigues é o seu maior sucesso de público. Mais até que "Alice", que cumpriu 700 apresentações, mas só para 65 pessoas por vez.
Em função do convite para ir a Edimburgo e das perspectivas internacionais que a oportunidade de estar na Europa (pela primeira vez, como no Uruguai) coloca, "A Marca da Água" foi tratado para ser mais imagético que de palavras. "Não sei se consegui muito", graceja Paulo de Moraes, ciente do quanto seu grupo convive bem com (muitas) palavras.
Para "falar" mais com imagens, a luz de Maneco, um dos maiores profissionais do seu métier, explora a piscina posta em cena: são 7m x 2m, com 15 centímetros de profundidade e 3 mil litros de água. Ela sublinha os "lindos efeitos", os reflexos e o ambiente de sonhos buscado pelas projeções. E ajuda a concretizar as oscilações entre presente e passado experimentadas pela personagem central.
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