Guitarrista Lúcio Maia compõe em ritmos caribenhos

Bernardo Almeida
23/09/2019 às 08:35.
Atualizado em 05/09/2021 às 21:53
 (Caio Cestari/Divulgação)

(Caio Cestari/Divulgação)

Conhecido pela trajetória na banda Nação Zumbi, o guitarrista Lúcio Maia lança um álbum solo de músicas instrumentais que carregam na sonoridade a vontade de voltar os olhos do Brasil para as músicas dos países vizinhos. Esta foi a motivação do artista pernambucano, que deixa a paixão pela música latina evidente no álbum “Lúcio Maia”, disponível em plataformas digitais desde a última sexta-feira (20). “Esse projeto surgiu em 2016, quando imaginei fazer um disco assim, puxando das influências da minha latinidade, dessa união ibérica, da qual o Brasil parece não querer fazer parte.

“Venho acompanhando esse cenário da música latina desde sempre. Gosto da música cubana, como Buena Vista Social Club, bandas mexicanas como Los Lobos e de novos artistas que pegam o tradicional, a cumbia, por exemplo, e trazem para algo mais moderno”, conta o músico, que não teve dificuldade em compor o repertório do disco. As sete faixas autorais lhe tomaram apenas dez dias. 

A elas, acrescentou uma regravação de “Lithium”, do Nirvana, colorida de latinidade. “Não queria fazer mais do mesmo, pegar uma música do Tito Puente que já tem esse som. Então pensei em pegar uma que não tivesse nada a ver com isso e transformá-la em uma balada meio salsa, meio merengue, afro-Cuba. Tive a ideia depois de ver um filme do Kurt Cobain”, diz o fã confesso da banda norte-americana.

“Dentro de ‘Nevermind’, que considero um clássico absoluto da música, não só do rock, há canções famosas, mas uma delas tinha um tempo mais lento que as outras, o que dava para caracterizar dentro do aspecto que eu queria”, conta, ao explicar a escolha pela canção.

METAMORFOSE

Satisfeito com o resultado, Lúcio Maia comemora a oportunidade de se reinventar. “Minha ideia foi quebrar essa barreira de, por ser um músico pernambucano, automaticamente ter que fazer maracatu. Não estou aqui para isso, ficar repetindo formula. Mais interessante é acordar de manhã e ter uma coisa nova na vida para poder se inspirar e botar pra fora enquanto expressão artística”, salienta. “Foi um desafio pra mim, diferente de tudo que já tinha feito, não por autoa-firmação, mas para dar continuidade ao que já iniciei há tanto tempo. É mais um degrau na minha carreira de 30 anos, de tudo que ainda tenho a oferecer”. 
(*) Com Jéssica Malta

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