Há lugar para um exótico Hotel Marigold 2?

Patrícia Cassese - Hoje em Dia
24/08/2015 às 07:40.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:28

(Fox/Divulgação)

Empreendimento indo de vento em popa, a conclusão inequívoca: um é pouco. Não por outro motivo, Sonny Kapoor (Dev Patel) quer inaugurar uma segunda unidade do confuso – porém divertido – Hotel Marigold. Mesmo porque, ele está às vésperas de dar um “passo sério” na vida: o casamento, com Sunaina (Tena Desae).

Para a expansão dos negócios, ele ruma aos EUA, ao lado de sua mais recente aliada, para seduzir um sócio que se arrisque a aplicar capital neste investida.

E ela é Muriel, personagem vivida pela sensacional Maggie Smith. “O Exótico Hotel Marigold 2”, de John Madden, mira no certeiro: o público que se encantou pelos britânicos que, por situações das mais diversas, optaram por passar, na Índia, o resto de suas vidas. Personagens de matizes distintos vividos por uma trupe de se tirar o chapéu, com direito a Judi Dench (Evelyn), Bill Nighy (Douglas), Madge Hardcastle (a namoradeira Celia), Ronald Pickup (o assanhadinho Norman) e Penelope Wilton (a emburrada Jean).

Aqui, um parêntesis: sim, sim, temos em cena dois dos trunfos da série “Downton Abbey”, Maggie Smith e Penelope Wilton (na produção britânica para a TV, você se lembra, as duas vivem se alfinetando, gerando momentos hilários).

RICHARD GERE

Ao dream team de “Exótico Hotel Marigold” se une, agora, Richard Gere. E como o eterno galã entra nesta história? Bem, na ida em busca de capital norte-americano, Sonny e Muriel são avisados de que um olheiro visitará o Hotel Marigold, evidentemente de modo anônimo, a fim de aferir se vale, ou não, injetar dinheiro ali.

Quando Guy, o personagem de Gere adentra o pátio, Sonny deduz que ele é a sua senha de acesso ao futuro. E trata de mimar o novo hóspede, até que Tamsin Greig (Lavinia) coloca a pulga atrás da orelha do grupo. O que aquela moça, que evidentemente ainda não pertence à terceira idade, está fazendo ali? Seria ela, a olheira?

NÓ NA GARGANTA

No frigir dos ovos, mesmo sob as rédeas da comédia, há um toque melancólico que paira sobre esta, digamos, “franquia’. Se no filme matriz havia uma baixa comovente no grupo, a primeira filial não fica atrás, reservando o momento nó na garganta.

Incomoda, ainda, o tom acima adotado por Patel, ainda que o personagem seja carismático. E como última ressalva, o fato de, como muitos dos filmes “estrangeiros à Índia” que se aventuram a mostrar o país, incorrer em alguns clichês, principalmente no que tange à chamada Bollywood.

Mas nada que certamente desanime o público que já foi fisgado pelo filme anterior, que arrecadou – my God! – US$ 137 milhões.

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