Dave deixou de ser o centro da narrativa na continuação de “Kick-ass”, lançado em DVD pela Universal. O nerd que, no filme de 2010, tenta mostrar algum valor ao vestir uma roupa de super-herói agora passa o bastão para a vingativa Hit Girl, garota cheia de habilidades e obsessiva em sua vontade de fazer justiça.
Interpretado por Aaron Taylor-Johnson, Dave serve apenas para dar o mote da história, já que o bandidão que ele matou no filme anterior tem um filho que passa a persegui-lo. Hit Girl irá não só ajudá-lo como viverá um conflito digno de herói: o choque entre o dever e o vida privada.
Extrema violência
Como Bruce Wayne, o rosto por trás da máscara do Batman, Hit Girl não é o que podemos definir como uma pessoa normal, carregando vários traumas e culpas, canalizados no uso de extrema violência. Essa deixa já estava presente no primeiro “Kick-ass”, provocando choque ao mostrar uma garota de potencial assassino.
O problema é que o diretor Jeff Wadlow não tem a mesma sutileza para trabalhar referências sérias ao mundo dos heróis misturadas ao humor, com resultados que estão mais para o grosseiro do que para o inusitado. Um exemplo é quando as patricinhas que perturbam Hit Girl na escola defecam involuntariamente na frente dos colegas.
Outro senão é a participação contida e decepcionante de Jim Carrey. Em contraposição, num de seus melhores momentos, repete-se uma citação cinematográfica (no primeiro, foi com “Por um Punhado de Dólares”), quando Hit Girl corre para chegar em casa antes do pai adotivo, para quem deveria estar doente. O filme? “Curtindo a Vida Adoidado”.