Hoje em Dia acompanha jovens de várias nacionalidades na primeira vez a Inhotim

Hoje em Dia*
26/07/2015 às 10:22.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:05

(Jéssica Malta/Divulgação)

O encantamento por parte de quem passeia pelo Centro de Arte Contemporânea Inho[/TEXTO]tim parece ser uma reação inevitável – não importa quais sejam as expectativas, a visita ao espaço que conjuga a pluralidade da arte contemporânea à exuberância da natureza é sempre surpreendente. E se aos olhos dos brasileiros o Instituto pode parecer “de outro mundo”, aos das centenas de estrangeiros que têm visitado o local desde sua abertura ao público, a brasilidade é o motivo a ser celebrado.
 
“Aqui percebemos o quanto a natureza é preservada e cuidada”, brindam as estudantes peruanas Luciana Caballero e Sheyla Abad, que chegaram a BH recentemente, para participar de projetos sociais por meio do Aiesec, organização sem fins lucrativos conhecida pelos intercâmbios que promove.
 
A riqueza da natureza – computando a mata nativa e as espécies cultivadas – inclusive, parece ser o ponto alto para os ávidos olhos do grupo de estrangeiros ao qual o Hoje em Dia acompanhou, em visita realizada na última quarta-feira. Para a intercambista eslovaca Petra Sedláková, apaixonada por palmeiras, a coleção presente em Inhotim – a maior do mundo, com cerca de 1.500 espécies – é simplesmente arrebatadora. Câmera em mãos, ela fez questão de registrar todos os detalhes durante as caminhadas que separavam as galerias.
 
Para a sérvia Sofija Anic, que também visitava o local pela primeira vez, Inhotim permite que cada um encontre seu próprio jeito de apreciar o espaço, segundo seus interesses. “Amei o jeito com o qual o parque foi planejado, uma perfeita combinação entre arquitetura, arte e a beleza natural brasileira”.
E foi justamente esta poderosa combinação o motivo para que a intercambista mexicana Katia Vilarreal não economizasse nos elogios. “O fato de algumas obras retratarem a interação do homem com o meio ambiente e também com a arquitetura me agradou muito”, disse.
 
Flagrantes que vão ficar registrados na memória
 
Além da natureza, as galerias, claro, chamaram atenção dos intercambistas. E “The Murder of Crows” (“revoada de corvos”), dos canadenses Janet Cardiff e Bures Miller, foi uma das favoritas do grupo. Com 98 caixas de som montadas sobre pedestais, cadeiras e paredes, dispostas à maneira de uma orquestra, a obra (inspirada no universo de Goya) convida os visitantes a se acomodarem em assentos situados no centro do espaço. Para a eslovaca Petra Sedláková, foi como estar no céu: “Fechei os olhos e escutei todos os sons, foi muito legal”.
 
A mexicana Mariana Rangel, que também se encantou com a obra citada, destacou, ainda, “Desvio Para o Vermelho: Impregnação, Entorno e Desvio”, de Cildo Meireles, como a sua favorita. Composta por três ambientes articulados entre si, a obra tem como objetivo oferecer uma sequência de impactos sensoriais e psicológicos aos espectadores. Com uma fila enorme e uma espera que chegou a cerca de 40 minutos, a obra de Doug Aikten também chamou atenção.
 
Quem já passou por lá, sabe. A “Sonic Pavilion” capta e transmite em tempo real o “som da terra”, por meio de um furo de 200 metros de profundidade repleto de microfones – na última quarta-feira, era uma das atrações mais disputadas.
 
As fotografias de Miguel Rio Branco, por outro lado, conquistaram a estudante de comunicação e intercambista peruana Estela Thalia Palomino. Com uma série de cliques feitos no bairro do Maciel, no Pelourinho, Salvador, a galeria apresenta um dos mais importantes trabalhos do fotógrafo.
 

 

Os bancos de madeira de Hugo França foram o cenário da foto favorita de Thalia Palomino. Foto: Arquivo Pessoal

 

AIESEC
 
A Aiesec é uma organização independente e sem fins lucrativos, que promove intercâmbios voluntários e profissionais mundo afora. Em BH há 42 anos, a organização, formada por jovens entre 18 e 30 anos, promove passeios para apresentar melhor a cultura local aos intercambistas. No caso específico deste grupo, alguns assentiram ao convite de enviar uma foto de sua predileção, feita na visita a Inhotim. Confira, acima e ao lado.

 

*Colaborou Jéssica Malta Couto/ Especial para o Hoje em Dia  

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