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O curador Marconi Drummond esclarece: não se trata de uma exposição sobre “o” Modernismo, diz, referindo-se à mostra “Horizontes Modernos”, que pode ser apreciada pelo público no Centro Cultural Minas Tênis Clube. A iniciativa propõe resgatar o panorama artístico, cultural e arquitetônico entre as décadas de 1920 e 1940 da capital mineira. “Em linhas gerais, é uma antevisão sobre um possível horizonte moderno em Belo Horizonte. É quase uma pergunta: existiu Modernismo em BH?”, diz ele, que divide a responsabilidade curatorial com Fabíola Moulim.
O próprio Marconi dá a resposta: “Como movimento, suspeita que não, mas o que vem algo fraturado, a partir de sinais, apontamentos, ora na arquitetura, ora na literatura, ora nas artes gráficas... Esse é o fio condutor, que vai até a construção da Pampulha. A exposição tenta percorrer esse caminho e conclama a literatura, o cinema, as artes plásticas, para tentar responder isso. A gente percebe que, como movimento, o Modernismo não existiu, mas também percebe que houve picos de pensamentos modernos de realizações”.
Nos 412m² da Galeria, estão objetos, pinturas, esculturas, desenhos, fotografias, documentos e as primeiras edições de livros e revistas. E foi difícil, reunir tanto material? “Olha, não diria difícil, mas complexo. A exposição é muito diversa, trabalha com acervo múltiplo, porque a curadoria resolveu trabalhar com acervo nas áreas da arquitetura, artes visuais, artes gráficas, literatura... Então, esse (acervo) estava espalhando pelo Brasil. E a grande fonte – e a gente tem o maior orgulho em dizer isso – estava nas instituições belo-horizontinas e mineiras, e é um grande prazer dar à luz esse precioso acervo. Mas também trabalhamos com instituições fora do solo mineiro, como da USP, além de colecionadores particulares”.
REPATRIAMENTO
Marconi usa a palavra “emocionante” para definir o que chama de “repatriamento” de objetos, itens, que saíram da jovem BH e foram para São Paulo. “Me refiro a cartas, revistas ou manuscritos da geração dos escritores modernistas mineiros – como Pedro Nava, Drummond e Emílio Moura, um grupo de intelectuais de grande envergadura – enviadas para Mário de Andrade”.
Marconi acrescenta o caderno manuscrito de Drummond de “Alguma Poesia”. “Ele ainda era estudante, e manda esse caderno de Itabira para São Paulo, para Mario de Andrade. Mas a exposição traz também a primeira edição do livro, bem como os desenhos que Nava fez nas páginas brancas da primeira edição de ‘Macunaíma’, um exemplar único”.
“Horizonte Moderno” – MTC (Rua da Bahia, 2.244). A mostra vai até 14/2/2016. De terça a sábado, das 10 às 20h, e domingos e feriados, das 11 às 19h. Entrada franca.