Imagens impactantes levam à reflexão

Clarissa Carvalhaes - Do Hoje em Dia
02/08/2012 às 08:31.
Atualizado em 22/11/2021 às 00:02
 (Samuel Costa)

(Samuel Costa)

Gringo Cardia está de volta a Belo Horizonte e, como de costume, não desdenha do talento que dispõe. Das fotografias que se unem às palavras, e de instalações que traduzem o universo que concilia homem e suas criações, nasce “Natureza e Transformação”, mostra que abre as portas para o público no Palácio das Artes, a partir de sexta-feira (3), com entrada gratuita.

A exposição – realizada pelo Instituto Cultura Usiminas – é um convite para refletir sobre os percursos que escolhemos (ou não) fazer, a criatividade que pertence a todos nós e, mais ainda, a urgência de se pensar no futuro.

Além de um dos mais importantes nomes da cenografia nacional, Gringo Cardia é arquiteto, designer, artista gráfico, diretor de videoclipes e de arte. Com o currículo que ostenta, não há que se surpreender com o novo trabalho. Ou melhor, há sim. “Natureza e Transformação” retrabalha o conceito de exposição sensorial, preza por imagens impactantes e dá espaço para que o visitante siga a intuição – deixando de lado o racionalismo que impede o risco.

A mostra se completa a partir da parceria com os fotógrafos Cláudio Edinger, Henry Yu, Kei Takashima, Priscila Prade e Rodrigo Zeferino. Das imagens produzidas a partir de instalações que se valem do conceito de Gringo, há também a utilização de palavras que traduzem a filosofia de tudo o que foi pensado. Os textos, sob coordenação de Heloisa Starling, são de Carlos Antônio Brandão, Eduardo Jardim, Gustavo Penna, Olgária Matos e Sérgio Alcides.

A exposição foi concebida ao longo de um ano, envolvendo mais de 300 profissionais. “Foi uma logística de cinema. Nas fotos de Rodrigo, por exemplo, contamos com cilindros de até 18 toneladas. Esse material se transformou nas imagens que podem ser vistas agora e que dialogam com as instalações e textos”, conta Gringo.

Para a mostra também foram criados vídeos e uma trilha sonora própria assinada por Jonas Rocha e Wallace Cardia. O resultado contempla a experimentação e, por isso mesmo, leva o visitante a imergir por completo na mostra. Segundo o próprio Gringo, a exposição questiona o momento que vivemos, no qual ciência e conhecimento parecem viver em permanente e irreconciliável confronto com a natureza. “Realizar um exercício através da arte, em busca de uma compreensão mais profunda de nós mesmos, das coisas que nos cercam e de nossa relação possível com elas”.

"Natureza e transformação" é, portanto, uma saga com uma abordagem visual e poética. A força da imagem silenciosa corroborada pela imprecisão das palavras que refletem a realidade das coisas.
 

 

 

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