‘Insônia’ estreia no Canal Brasil com segunda temporada garantida

Produção marca retorno do diretor Darcy Burger à ficção

César Augusto Alves
cpaulo@hojeemdia.com.br
Publicado em 01/04/2016 às 12:58.Atualizado em 16/11/2021 às 02:44.

Parece inusitado, e é mesmo. A série ‘Insônia’, do diretor Darcy Burger, chega hoje ao Canal Brasil com uma mistura que parece bem interessante: uma história vampiresca ambientada em uma redação de jornal carioca. O enredo flerta com a comédia e o suspense, ao fazer um passeio na “viagem” do personagem principal, o jornalista Leon, interpretado por Matheus Lima, que acredita ter se tornado um vampiro.  

A história acompanha a vida de Leon, um redator de cultura, após uma tórrida noite de amor com Flávia (Mônica Bittencourt), a musa do jornal onde trabalha. Ele passa a ter comportamentos estranhos, ao mesmo tempo em que que crimes acontecem na sua vizinhança. Será coincidência? A paranoia leva o personagem a questionar-se sobre sua nova personalidade, e rende divertidas sequências para a produção.

Como uma crônica, o diretor Darcy Burger e a roteirista mineira Roberta Canuto construíram um enredo que abarca personagens caricatos, para não dizer estranhos, de uma redação de jornal. “Tem umas coisas estranhas, mas tudo bem-humorado e engraçado, para entender o meio que eles estão”, conta o diretor. 

A narrativa é bem diferente do que a gente está acostumado. A forma de texto, a forma de filmar, a forma como ele dialoga com a câmera, e o assunto em si. Não é um assunto de vampiro caricato de novela da Globo. 

Além da musa e do protagonista, há a repórter Tina (Mariana Vaz), uma moça “sem pudores”. Pereira (Rodrigo Candelot), outro jornalista, lidera uma seita apocalíptica. A mãe do protagonista, Cassandra (Regiana Antonini), que é obcecada pela morte. A repórter que faz o horóscopo é uma astróloga que vive em seu próprio mundo imaginário, dentre ouras “bizarrices”. Tudo isso dá o tom de humor que contrasta com o suspense principal de Insônia.

Em entrevista exclusiva, o diretor Darcy Burger contou ao Hoje em Dia que “Insônia” já garantiu uma segunda temporada para 2017. “Nós já fechamos a segunda temporada. Teremos 13 episódios filmados para o ano que vem”, revela o diretor.

De volta à ficção

A produção é uma livre adaptação do romance “Vampiro”, de Luciano Trigo. O diretor leu o livro ainda na década de 90, e já pensou na compra dos direitos, tamanho o impacto que a obra teve sobre ele. A carreira, no entanto, enveredou pela seara dos documentários e da direção de DVDs de artistas como Gilberto Gil e Milton Nascimento. “Fiz mais de cem produções”, conta Darcy. 

No Canal Brasil, a parceria é longa. Já produziu diversas séries, mas nenhuma de ficção. É responsável, por exemplo, por títulos como “100 anos de Samba”, “O Som do Vinil”, e do sucesso “Clara”, que narra vida e obra de Clara Nunes. O diretor percebeu, então, que era hora de mudar. De fazer ficção, antes que ficasse rotulado como o “cara da música”. “Precisava voltar a fazer ficção, que eu só fiz na década de 80. Então, há três anos, comecei esse projeto. Fizemos a defesa oral no Fundo Setorial do Audiovisual, conseguimos o dinheiro e fizemos a série”, lembra o diretor.

Apesar da crise...

Ainda surfando na onda da Lei da TV Por Assinatura, que estabelece cotas de produção nacional obrigatórias para os canais, as produtoras vivem um bom momento no audiovisual brasileiro. Segundo o diretor, o Brasil possui cerca de 600 produtoras cadastradas, funcionando e operando. Engana-se, porém, quem acha que esse mercado só acontece no Rio e em São Paulo. “São 20 mil pessoas trabalhando em todo o Brasil, não só São Paulo e Rio. Em Insônia, por exemplo, a computação gráfica foi toda feita em Belo Horizonte. O trabalho é para todo mundo, não só para Rio e São Paulo”, conta Darcy.

Pela primeira vez a gente tem uma indústria formada. Uma coisa que estamos tentando há décadas. 

A crise econômica que assola o Brasil também não afeta o setor, pelo menos por enquanto. O que garante a prosperidade é o Fundo Setorial do Audiovisual, que financia produções aprovadas com dinheiro da Condecine.  A esperança é que as coisas melhorem antes que atinja os produtores.  “Pela primeira vez a gente tem uma indústria formada no Brasil. Sem querer panfletar, mas isso veio no segundo governo do Lula com a normatização da lei que obriga os canais a cabo a exibir conteúdo nacional. Criou-se uma indústria de fato. Uma coisa que estamos tentando há décadas”, concluiu o diretor. 

Serviço:

“INSÔNIA” 
Estreia: sexta, dia 01/04, às 21h
Horário: sexta, às 21h
Horários alternativos: sábado, às 15h30, e segunda, às 12h30
Classificação: 14 anos

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