LOS ANGELES - Depois das duas adaptações de "Branca de Neve" no ano passado, Hollywood retoma desta vez o conto de fadas "João e Maria" e transforma os órfãos em dois caçadores de bruxas, num filme classificado pelos próprios atores como "puro entretenimento".
O filme de ação com tons de terror é dirigido pelo cineasta norueguês Tommy Wirkola, de "Kill Buljo" (2007), uma paródia de "Kill Bill", de Quentin Tarantino, e "Dead Snow: Zumbis na Neve" (2009), um filme de terror sobre adolescentes que enfrentam zumbis nazistas em uma estação de esqui.
"João e Maria: Caçadores de Bruxas", que estreia de sexta-feira (25), utiliza o conto dos Irmãos Grimm apenas nos primeiros minutos para, depois, dar um pulo no tempo e mostrar os dois órfãos em sua idade adulta.
Extrapolando o final do conto original, no qual os irmãos matam uma bruxa antropófaga que os mantinha prisioneiros, os roteiristas transformam João e Maria em dois caçadores de recompensas que vão de aldeia em aldeia armados até os dentes matando tudo que voa em uma vassoura.
"Quando recebi o roteiro, fiquei muito surpresa com a mudança na história", afirmou à AFP a britânica Gemma Arterton, que interpreta Maria. "Eu fiquei muito intrigado", acrescentou Jeremy Renner, que vive João.
O ator indicado ao Oscar em duas ocasiões ("Atração Perigosa, 2010; "Guerra ao Terror", 2008"), alega a ausência de pretensões de "João e Maria".
"Acho que o conto original tem uma grande quantidade de mensagens, significados e temas. Mas o filme é puro entretenimento. É um filme para comer pipoca, não pretendemos dar lições a ninguém", afirma Renner, de 42 anos.
Uma das originalidades do filme, fora o festival de bruxas e, particularmente, a mais poderosa delas, interpretada por Famke Janssen, é a quase total ausência de uma história romântica, já que os protagonistas são irmãos.
"Acho que na vida real sou melhor irmão do que amante. Para mim, há um vínculo muito forte e poderoso e isso é o que quis passar para minha relação na tela com a Gemma", explicou o ator.
Para Gemma Arterton, a relação irmão-irmã é "uma das principais coisas que a fez decidir participar no filme".
"Geralmente não se tem uma oportunidade como esta, neste gênero de filme", explicou.
Apesar de João ter o direito a uma breve aventura com uma jovem a quem salvou da fogueira, depois de ser acusada de bruxaria pelos aldeões, Maria sequer ensaia um romance, nada além de uma inesperada amizade com um troll.
A atriz não se queixa. "É genial. É uma parte essencial de sua personalidade. Ninguém pode tocá-la, é quase virginal. E foi genial não ter que beijar ninguém", conclui.