L. Midas entrelaça tesão e redes sociais no livro "Redes Sensuais"

Miguel Anunciação - Do Hoje em Dia
18/02/2013 às 09:20.
Atualizado em 21/11/2021 às 01:05

(Divulgação)

Sexo é uma energia muito grande, muito doida, uma força incontrolável que leva um pacato pai de família a fazer o que nem ele nem ninguém jamais imaginou que pudesse. É o que afirma L. Midas, autor de "Redes Sensuais", calhamaço de ficção que entrelaça tesão e redes sociais em doses generosas. Mesmo sem ter a chance de ser mencionado nos jornais até agora, o livro obtém notável sucesso na internet.

É o primeiro de Midas (obviamente, um pseudônimo), mineiro de Belo Horizonte, mas radicado no exterior há quase 20 anos – parte no Texas, Estados Unidos, parte em Estocolmo, Suécia, onde mora e presta serviços de marketing para produtos de um complexo na área de telecomunicação. Um cara on line desde 1997.

Admirador do estilo "na lata" do cubano Pedro Juan Gutierrez (de "Trilogia Suja de Havana"), Midas afirma que "Redes Sociais" praticamente pediu para nascer, como se tivesse "vontade própria". A trama estava inteiramente pronta na sua cabeça até ele acordar de madrugada e decidir escrevê-la. Aproveitou as férias na Itália para colocá-la no papel, em 2011.

Numa sentada

Buscou um software especial para articular em capítulos paralelos as vidas dos seus personagens. Ao fim de 22 dias de trabalho, somou 700 páginas. Limou 200 do que parecia se repetir, pôs fim à tarefa da escrita e foi à luta pela edição. Aí conheceu o lado mais fajuto do mercado editorial, como a boa fé de escritores iniciantes é manipulada por golpistas inescrupulosos. Eles contam como na página "Editoras Fajutas", no Facebook.

Em meio ao abalo do golpe, Midas foi procurado pela Pimenta Malagueta. Sediada em Salvador, essencialmente voltada às minorias sexuais, a editora lhe abriu as portas. Acertaram uma tiragem discreta. Com "zero de divulgação", ainda assim o livro atraiu a atenção. Teve uma dezena de resenhas positivas em blogs e elogios de inúmeros leitores nas páginas do autor nas redes sociais.

É o que leva Midas a supor que seu livro tenha um potencial enorme, mas inexplorado. Uma espécie de "50 Tons de Cinza" à brasileira (mas "sem copiar ninguém"), que primaria pela linguagem simples, sem embromação. Sem lições de moral nem julgar seus personagens. Não teria pretensões literárias, admite, é para entreter, ser "lido em uma sentada".

É necessário malhar, fazer sexo para não ser deprimido

Por ser a primeira, esta matéria em jornal parece importante ao autor. A entrevista foi às 20h, a zero grau na capital sueca, que ameaçava gelar dias depois. Seus três filhos, entre 15 e 2 anos, dormiam. Não perturbariam a conversa. É um cidadão do mundo, pacato pai de família, mas muito absorvido pelos temas picantes. Na geleira sueca, imagina ser necessário malhar, fazer muito sexo para não cair em depressão.

Também acha que tesão e bebida são desfrutes que viram a cabeça de um homem, temas donde se pode extrair muitas histórias. É o caso de "Redes Sociais", que em março ganha uma segunda edição, agora por uma editora de porte. Midas ainda não pode adiantar qual é, só que tem mais duas histórias já prontas, na cabeça. É aguardarmos, então.

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