Ao se referir a um estilo de música como rock ou pop, dependendo do contexto, você pode estar falando da mesma coisa. Elvis Presley, por exemplo, se encaixa nas duas definições: Rei do Rock e Rei do Pop. Afinal de contas, além de se tornar um dos precursores do rock, ele também explorou a sua imagem como ídolo pop.
E é justamente Elvis um dos únicos pontos de intersecção entre dois livros recém-lançados no Brasil: “Popcorn – O Almanaque dos Filmes do Rock” (Editora Seoman), do crítico musical inglês Garry Mulholland, e “Música Pop no Cinema – Histórias e Curiosidades das Trilhas que Marcaram Gerações” (Lua de Papel), do guitarrista Rodrigo Rodrigues.
Os dois tratam de filmes emblemáticos para a história do rock e do pop, sejam por suas tramas identificadas com o movimento musical, sejam por suas trilhas sonoras.
A listagem de cada um, no entanto, difere bastante, com Elvis sendo um raro denominador comum, como ponto de partida desta relação entre cinema e rock.
Mulholland assume um tom bem pessoal em suas escolhas e justifica o porquê de deixar de fora “cinebiografias agradáveis, mas sem graça”, como “La Bamba” e “A Fera do Rock”.
Na introdução, ele pondera que “pelo menos metade dos filmes (...) são produções medíocres ou verdadeiras porcarias divertidas – ou simplesmente horríveis”. Essa é a razão, segundo ele, para o livro não ter o subtítulo “Os 100 Maiores Filmes de Rock’n’roll”.
O curioso é que as omissões voluntárias do crítico inglês são debatidas em dois textos do prefácio, assinados por Kid Vinil e Rubens Ewald Filho.
“Não se espantem ao ler esse livro se, por vezes, ele privilegiar o rock inglês. Afinal essa é terra dele, um dos seus principais enfoques e que não desmerece em nada esta obra revolucionária por seu absoluto pioneirismo!”, escreve Ewald.
Verdade: no top ten de Mulholland, sete são bretões, entre eles, “Privilégio”, que encabeça a lista, “Performance” e “Quadrophenia”. E 50% deles datam dos anos de 1970, “período que representou o auge dos filmes de rock – não necessariamente em termos de qualidade, mas em termos de quantidade”.
Mais parcial e divertido ainda é a maneira como ele radiografa as produções, como definir o ator Kevin Bacon, de “Footloose”, como “adorável cara de rato que sempre parece que vai chorar, mesmo quando está rindo de modo triunfante”.
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