SÃO PAULO - O leilão de 85 obras do artista espanhol Joan Miró - suspenso no começo do mês por problemas jurídicos- vai acontecer em junho, segundo informa o jornal "El País".
A casa de leilões Christie iria sediar o leilão em Londres no dia 5 de fevereiro, mas ele foi cancelado de última hora devido a "incertezas legais" em relação a saída das obras de Portugal, país que detém a propriedade dos quadros.
Um grupo de deputados do Partido Socialista, principal força de oposição ao governo de centro-direita português, recorreu à Justiça para que as telas não fossem vendidas.
Atualmente, o Tribunal Administrativo de Lisboa, que a princípio decidiu suspender a venda das obras, estuda o último recurso apresentado pela promotoria.
Em uma audiência do Parlamento português, o presidente da sociedade pública Parvalorem - que gestiona o patrimônio de Miró - Francisco Nogueira Leite, confirmou que as obras retornariam a Portugal até o fim do mês, "sem custo para os contribuintes". Além disso, Leite disse que a casa de leilões já marcou uma nova data para a venda.
Histórico
O primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, havia declarado no início do mês que manter os quadros em Portugal representa um custo para o Estado, "que não tem os 30 ou 40 milhões de euros necessários para investir nessas obras".
A decisão do governo de vender as 85 obras para reforçar os cofres públicos causou polêmica nos círculos culturais. Milhares de assinaturas foram coletadas online para exigir que a coleção -propriedade do governo de Portugal desde a nacionalização do banco BPN em 2008- fique no país.
O valor das obras do artista de Barcelona havia sido estimado em 36,4 milhões de euros (cerca de R$ 118,15 milhões).