Lendário Sound City é tema de filme feito por Dave Grohl

Cinthya Oliveira - Hoje em Dia
07/04/2013 às 14:49.
Atualizado em 21/11/2021 às 02:37

Dave Grohl soube como ninguém deixar sua marca no rock contemporâneo. Defende a espontaneidade, o vigor, a pertinência do gênero, independentemente dos rumos mercadológi-cos e higienistas tomados pelas gravadoras nos últimos 15 anos. O faz musicalmente (o último álbum do Foo Fighters, “Wasting Light”, gravado de forma analógica, é de altíssima qualidade), com discursos e com o emocionante documentário/projeto “Sound City”, que finalmente chega ao Brasil via Sony.

“Sound City” é um filme, mas também a mola propulsora de um excelente álbum que acaba de chegar às lojas sob o nome de “Sound City – Real to Reel”. Explico melhor: Dave Grohl decidiu fazer um registro audiovisual sobre a história do famoso estúdio norte-americano onde foram gravados discos célebres – entre eles, “Nevermind”, do Nirvana.

Desatualizado por conta da digitalização de todo processo musical, o Sound City fechou suas portas e sua histórica mesa de som, a Neve 8028, foi vendida a Grohl.

No meio do processo, o roqueiro teve uma ótima ideia: reunir pessoas que deixaram suas marcas no estúdio para a gravação de um álbum de inéditas, gravadas com sua recém-comprada mesa de som.

Para tanto, ele convidou músicos do Fleetwood Mac (primeira banda grande a gravar no Sound City), Josh Homme (Queen of Stone Age), Rick Springfield (cantor-galã que gerou muitos lucros ao estúdio), Brad Wilk e Tim Commerford (ambos do Rage Against to Machine), Trent Rezno (Nine Inch Nails) etc. A produção é de Butch Vig, o mesmo de “Nevermind”.

O grande convidado é Paul McCartney, que compõe e grava em conjunto com os três remanescentes do Nirvana a ótima “Cut Me Some Slack” – tocada no evento beneficente (12-12-12), em nome das vítimas do furacão Sandy. Boa parte do documentário é focada nesse encontro entre o Nirvana e um ídolo para a criação de uma pérola.

História do rock

Fechado em 2011, “Sound City” é um documentário sobre um espaço específico, mas pode ser encarado como uma exemplificação da trajetória de altos e baixos do rock. Era sujo, antiquado, cheio de personalidade.

Teve seu auge nos anos 70, viu a decadência se aproximar nos anos 80 com a introdução dos equipamentos e linguagem eletrônica, passou por uma fase de reanimação com o movimento grunge dos anos 90, mas perde a batalha para o mercado digital definitivamente em 2011.

“Em 15 dias, aquela mesa mudou totalmente a minha vida”, afirma Grohl se referindo à gravação de “Nevermind”.

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