Pelo olhar crítico e mordaz do filósofo Walter Benjamin (1892-1940), Lau Caminha Aguiar se lança na observação dos medos e fantasias do homem, com “Lichtenberg”, primeiro média-metragem de animação 3D, que poderá ser visto neste sábado (20), às 20 horas, no Conservatório da UFMG (av. Afonso Pena, 1534).   “Uma forma de ele, Benjamin, pensar na experiência humana, dele próprio na época do Nazismo. E pensar na dificuldade do homem em saber que vai morrer. Essa é a tragédia humana, saber que vai desaparecer. E, para tentar preencher esse vazio, a humanidade inventou a filosofia, a religião. A religião é o Gelol da alma, a gente inventa essas coisas ante o terror da morte”, ressalta o diretor, que já trabalhou como segundo assistente de direção no Brasil de “OO7 Contra o Foguete da Morte”, de 1979.   “Lichtenberg” é baseado numa peça radiofônica de Benjamin, de 1933, em que seres na Lua observam os humanos, especialmente o professor Georg Christoph Lichtenberg, no séc.18.   Para Lau, o filme, embora liberado para dez anos, propõe uma reflexão, mais própria para adultos e adolescentes. “É uma animação para quem está interessado em refletir, para a garotada que, hoje, é muito articulada”.   O roteiro, diz ele, é quase 100% fiel ao texto de Benjamin, mas Lau se permitiu a liberdade na criação das imagens. E lançou mão de referências de alguns mestres como Méliès, Nathan Juran e Terry Gilliam.

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