Músicas longas e mais elaboradas, letras com histórias fantásticas ou sobre a complexidade do ser humano, combinação de cores fortes em projetos gráficos. Sobretudo, uma vontade de experimentar. As características que marcaram a música psicodélica dos anos 60 e 70 são fontes de inspiração para um grande número de artistas mineiros da atualidade.
Absinto Muito, 7Estrelo, Cabezas Flutuantes, Delírio Fantasma, Somba são alguns exemplos de quem tem apresentado uma música fortemente influenciada pela linguagem psicodélica.
Tem banda que estampa essa referência de todas formas possíveis: nome, cartazes, fotos, sonoridade, letras. Um exemplo disso é a jovem Duna, Brisa e Chama, que lançou este ano um EP homônimo.
O termo psicodelia vem da composição das palavras gregas psique (alma) e delein (manifestação). Trata-se da percepção de aspectos da mente anteriormente desconhecidos
“A Duna já nasceu com a ideia de ser uma banda de rock psicodélico, combinando com outros estilos que a gente também gosta e escuta muito, como Stoner e Blues. A gente queria fazer um som mais viajado, com muita liberdade para compor o que a gente quisesse dentro da diretriz inicial, aí a gente sempre se sentiu à vontade para tocar baião, jazz, blues, riffs mais pesados, solos imensos, tudo”, conta o guitarrista Merlin Oliveira, que também trabalha na produtora Deserto Elétrico, que acabou se especializando em promover shows de bandas de rock psicodélico – como o Samsara Blues Experiment, que toca em BH em março de 2017.
Arranjos abertos
O grupo Ram também sempre carregou em seu trabalho essa referência – presente também no novo disco, em fase de preparação. “Pra mim, a psicodelia é ‘entortar’ o caminho entre a emissão da mensagem e a recepção, o que abrange certo desapego ao produto final que a música se torna. O Ram sempre teve arranjos abertos, momentos de fugas para improvisos, uma liberdade para executar a música tendo o fluxo de consciência como critério e com isso, buscar espontânea e subjetivamente a expansão das sensações através do som”, diz o vocalista Geraldo Paim.
E ele completa: as bandas psicodélicas sempre estiveram aí. “Talvez a indústria pop esteja alardeando sobre o estilo agora um pouco mais por uma questão de necessidade de explorar outras gêneros no mercado. O Tame Impala, Supercordas e o Boogarins são representantes desse recorte da psicodelia que vem mais do rock clássico”.
Sem limites
Para Khadhu Capanema, do Cartoon, a psicodelia muitas vezes é encarada como uma linguagem ligada ao uso de drogas, mas é diferente disso. “Para nós e muitos outros, a psicodelia é uma busca artística que extrapola os limites do pensamento convencional. É tentar ir a regiões diferentes de nossa criatividade, indo além do tradicional. Por isso, fazemos canções com um pensamento mais abstrato ou sons diferentes, utilizando efeitos”, diz o artista, lembrando que o Cartoon tem o rock progressivo e Os Mutantes como principais referências.|
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